Jornal opositor venezuelano não circula por falta de papel

O jornal "Correo del Caroní", opositor ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou que não poderá sair nesta quarta-feira por falta de papel, e responsabilizou o governo pela carência.

O diário, editado em Cidade Guayana, 720 quilômetros ao sudeste de Caracas, fez o anúncio por meio de uma nota em seu site, na qual todos os parágrafos começam com a palavra "Não", que foi a opção opositora no referendo sobre a reforma constitucional de 2 de dezembro.

"O Correo Caroní não circulará amanhã, pois o regime de Chávez negou os dólares à empresa Dipalca, que eles sabem ser a importadora do papel que utilizamos na impressão deste diário por muitos anos", diz o jornal.

O comunicado pede ainda aos leitores que sigam acompanhando o jornal através de sua edição online.

O jornal diz estar sofrendo uma campanha "longa e agressiva" por parte do governo, e nega que sua saída temporária de circulação "seja uma vitória daqueles que o atacam".

"Isso não significa que a longa e agressiva campanha econômica desenvolvida contra o 'Correo de Caroní' pelo governo (...) possa anunciar vitória sobre a honestidade e a dignidade", diz o comunicado.

Em maio deste ano, o canal privado mais antigo e de maior audiência da Venezuela, a RCTV, que havia participado da tentativa de derrubar o governo de Chávez em 2002, não teve sua licença renovada.