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Internacional
Terça - 11 de Dezembro de 2007 às 20:17

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Buenos Aires, 11 dez (EFE).- O segundo dia de Cristina Fernández como presidente da Argentina foi marcado por uma intensa agenda bilateral que incluiu, entre outros, o Príncipe de Astúrias e os líderes da Colômbia, Álvaro Uribe, e da Venezuela, Hugo Chávez.

O príncipe Felipe de Borbón foi o primeiro interlocutor de Cristina nesta terça-feira. Ele transmitiu à presidente argentina uma mensagem pessoal do rei da Espanha, que destacou o desejo de estreitar ainda mais os laços entre as duas nações.

A maratona de reuniões prosseguiu com um encontro com Uribe, no qual o principal tema foi o drama dos seqüestrados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O mesmo assunto esteve presente em outras conversas entre os líderes que se encontraram em Buenos Aires para assistir à posse de Cristina.

Uribe reconheceu que Cristina tem "toda a preocupação e a dor" geradas pelas imagens da ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt recentemente divulgadas.

Betancourt, que também tem nacionalidade francesa, está seqüestrada há quase seis anos pela guerrilha.

Após a reunião, Uribe declarou à imprensa que contou a Cristina o que seu Governo fez para "enfrentar" as Farc.

O primeiro-ministro da França, François Fillon, e vários presidentes sul-americanos aumentaram nos últimos dias a pressão para que Uribe chegue a uma solução humanitária do conflito, embora ele tenha insistido no resgate pela força dos seqüestrados.

As Farc querem trocar 45 políticos, policiais, militares e cidadãos estrangeiros, entre eles Betancourt e três americanos, por cerca de 500 guerrilheiros presos.

Uribe garantiu hoje que escutou "as preocupações" com os reféns expressadas pela presidente argentina em seu discurso de posse e explicou que o Governo colombiano buscou "um acordo humanitário e a resposta foi o assassinato de vários grupos de seqüestrados".

"Esta é uma tragédia que a Colômbia viveu durante 50 anos", disse. Ele insistiu ainda em que é natural que Cristina fique preocupada com as imagens de Betancourt, referindo-se a recentes vídeos da guerrilha apreendidos que mostram a ex-candidata presidencial muito magra e abatida.

Com relação a seu relacionamento com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Uribe afirmou que quer ser "prudente". Em novembro ele suspendeu o papel de Chávez como mediador das negociações com as Farc.

"Acredito que com nossa prudência, nosso respeito, podemos fazer com que em algum momento as coisas comecem a melhorar", disse.

Chávez, que também se reuniu hoje com Cristina, evitou falar sobre as diferenças com a Colômbia, apesar de horas antes ter declarado que foi "apunhalado pelas costas", em aparente referência à decisão de Uribe de afastá-lo da mediação com as Farc.

"Não tenho nada para dizer. Não é importante para mim agora", disse o chefe de Estado da Venezuela, que assegurou que o assunto não foi tratado na reunião com a presidente argentina.

"Vim visitar um presidente que está começando e que é preciso se fortalecer para melhorar a relação bilateral", se limitou a declarar o líder venezuelano antes de qualificar a reunião com Cristina de "extraordinária".

A presidente argentina também se encontrou hoje com Yolanda Pulecio, mãe de Ingrid Betancourt, e deve conversar com o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn.

As últimas reuniões agendadas para hoje são com a vice-presidente de El Salvador, Ana Vilma de Escobar; com o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavía; e com o presidente do Conselho Nacional da Argélia, Abdelkader Bensalah.




Fonte: EFE

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