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Agronegócios
Terça - 11 de Dezembro de 2007 às 09:27

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Pela primeira vez após nove anos de crescimento contínuo, o rebanho bovino brasileiro mostrou queda de 0,6% no ano passado. A conclusão é da Pesquisa Produção da Pecuária Municipal, divulgada hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Eu peguei a série histórica de 1996 até 2006 e somente agora a gente teve essa queda, que na verdade é continuação de uma tendência observada em 2004, que é a questão do ciclo pecuário”, disse em entrevista à Agência Brasil o engenheiro agrônomo Octávio Costa de Oliveira, gerente de Estatística da Pecuária do IBGE, responsável pela pesquisa.

Segundo o especialista, está havendo excesso de oferta de animais. "Muito abate de matrizes. Até o sistema entrar em colapso. E aí começa a diminuir o rebanho”. A expectativa para os próximos meses, porém, é que o abate de fêmeas se reduza e os produtores passem a reter os animais em campo, para repor o rebanho.

Os mercados interno e internacional influenciaram o resultado apresentado pela pecuária brasileira no ano passado, de acordo com a pesquisa do IBGE. O rebanho bovino mostrou queda de 0,6% em comparação a 2005. Já os efetivos de suínos e aves cresceram 3,3% e 1,1%, respectivamente.

Entre os fatores que contribuíram para os resultados apurados pelos técnicos do IBGE, estão problemas sanitários que afetaram a exportação de carnes brasileiras, além de uma defasagem entre a oferta e a demanda no mercado doméstico e a elevação de custos de produção, destacando o preço de rações animais e investimentos com adubo e formação de pastagens.

O rebanho de bovinos somou 205,9 milhões de cabeças no dia 31 de dezembro do ano passado, com a maior concentração do país na região Centro-Oeste (34,3%), apesar da diminuição de 2% observada no total de reses. O Brasil é o segundo do ranking mundial nesse tipo de rebanho, suplantado apenas pela Índia.

O estado com maior número de bovinos é Mato Grosso (26,064 milhões de cabeças), com participação total de 12,7%, mesmo considerando a retração de 2,2% em relação ao ano anterior, devido ao abate de matrizes, que já vem ocorrendo há algum tempo, desde 2003. "E agora você está tendo a dificuldade, justamente, de repor esse rebanho. É um abate muito elevado”, disse Oliveira.

Por municípios, Corumbá (MS) liderou o ranking nacional no setor, com aumento no total de bovinos de 1,9% de 2005 para 2006. Segundo o IBGE, dos dez municípios que mais criam bovinos no Brasil, nove se localizam na região Centro-Oeste.

O IBGE registrou também crescimento de 12,9% no volume de carne bovina exportada em 2006 contra 2005. A maior comercialização externa foi identificada pelo IBGE no Estado de São Paulo, que registrou, por outro lado, a maior queda (4,7%) no efetivo de bovinos em 31 de dezembro de 2006.

Octávio Costa de Oliveira destacou que São Paulo “abate uma quantidade de animais que pode vir de outros estados”. A pesquisa do IBGE não tem informação sobre a origem dos animais abatidos para venda no mercado.





Fonte: ABr

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