Estudo relaciona consumo do café com síndrome do pânico
Um estudo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) relaciona o consumo do tão popular cafezinho aos sintomas apresentados por pacientes que sofrem de transtorno do pânico.
O objetivo da pesquisa, que deve ser publicado no início do ano que vem na revista "Psychology Research", foi verificar a reação dos pacientes quando submetidos à altas doses de cafeína. "Observamos respostas qualitativamente diferentes entre os pacientes que apresentam transtornos de pânico", explica o coordenador da pesquisa, Antonio Egídio Nardi, psiquiatra e professor da Instituto de Psiquiatria da UFRJ.
Os pesquisadores analisaram diferentes grupos de pacientes antes e depois do consumo de 480 mg de cafeína, que equivale a mais ou menos cinco xícaras de café expresso. As doses eram ingeridas em curto espaço de tempo.
A alta dosagem da bebida foi usada como parâmetro para avaliar a ação da cafeína em portadores de diferentes transtornos de ansiedade e depressão. Os grupos investigados tinham sintomas como pânico, fobia social, depressão maior, pânico com depressão maior ou nenhum transtorno mental.
Entre os pacientes que apresentavam sintomas da síndrome do pânico, cerca de 70% apresentaram respostas mais exacerbadas a doses altas de café, enquanto 40% dos pacientes com outros tipos de sintomas apresentaram alterações significativas.
Consumo
Porém, Nardi explica que a intenção da pesquisa não é proibir a utilização da cafeína por pacientes que sofrem de transtorno de pânico, mas é aconselhável que as pessoas com este tipo de sintoma restrinja o consumo. "A substância não está apenas no café, mas também em chás, refrigerantes e diversos tipos de bebidas que devem ser evitados", afirma.
Nardi diz que o seu foco, a partir dos resultados observados, é investigar os diferentes subtipos de transtorno de pânico e a resposta de cada subtipo aos medicamentos e à psicoterapia. "A idéia é que com a terapia o paciente possa identificar o que desencadeia as reações de pânico e possa ter um maior controle dos sintomas", explica.
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