Preços dos alimentos sobem em todo o mundo
A demanda mundial por alimentos vem crescendo mais que a produção, principalmente por causa de países como a China e a Rússia. O resultado é aumento de preço – uma situação que não deve mudar tão cedo e que só piora em épocas de entressafra ou de queda na produção.
“Todas as coisas estão mais caras. A batata até que está mais em conta, o tomate tem semana que está mais caro, tem semana que está mais barato, variando de um preço para o outro”, comenta a doméstica Joselita Matos.
Em um país agrícola como o Brasil, a explicação para a alta dos preços quase sempre é o clima. “Tem época em que a gente se assusta bastante, principalmente com ingredientes da salada, dependendo da época, se está chovendo muito, altera o preço”, diz a publicitária Cecília Elidi Salvador. A salada subiu mais de 5% na primeira semana do mês, segundo índice da Fundação Getúlio Vargas.
Para chegar às prateleiras com esses preços, os alimentos passam por várias etapas. O milho é um exemplo. Antes do plantio, o produtor já sabia que o produto iria valorizar no futuro porque os grãos estão virando combustível nos Estados Unidos e também porque o mundo está comendo mais.
Demanda e poder aquisitivo
Com o crescimento da China, Rússia e de países produtores de petróleo, novos consumidores estão surgindo. Eles chegam com maior poder aquisitivo e dispostos a comprar. O consultor em agronegócios José Vicente Ferraz diz que é bom para quem vende, mas não para os consumidores brasileiros.
“Todo mundo vai pagar mais caro pela alimentação. Isso é um efeito perverso. Vai haver uma competição entre o consumidor externo. Vai haver uma queda de braço e quem puder pagar mais vai ficar com a mercadoria”, diz ele.
Alta de preços que o consumidor deve estar preparado para enfrentar nos próximos dois anos. O preço da carne pode subir mais. Os produtores brasileiros estão conquistando novos mercados no exterior, principalmente em Cuba, na Malásia e na China. As limitações impostas pela Rússia, depois do surgimento de casos de febre aftosa, devem ser revogadas em breve, o que é mais um incentivo para a exportação do produto.
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