Morte súbita em atletas: um fato inesperado e sempre chocante
Dúvidas históricas à parte, a morte de um jovem atleta durante uma competição de forma súbita sempre nos choca – e, com o avanço da velocidade da mídia, muitas vezes a assistimos em tempo real.
Foi assim com o jogador de futebol camaronês Jean Marc Vivien Foe, em 2003, na Copa das Confederações, na França e neste ano com o corredor de maratonas Rayn Shay, na prova seletiva para a equipe norte-americana que vai a Pequim, em Nova York, em novembro passado.
Em artigo recentemente publicado on-line da Revista da Sociedade Brasileira de Cardiologia, os doutores Nabil Ghoarayeb e Fernando Cruz, alertam para importância de exames de pré-participação em todos que queiram praticar esportes.
Um levantamento realizado pelo Comitê Olímpico Internacional, entre 1966 e 2004, contabilizou mais de mil casos de morte súbita durante competições esportivas, em atletas com menos de trinta e cinco anos de idade.
O futebol e o basquetebol contribuíram com o maior numero de mortes, porém podem estar pagando um preço por sua popularidade e disseminação quase universais.
Com a experiência de quem acompanha atletas há muitos anos, Ghorayeb mostra que podem ser encontradas anormalidades em cerca de 8% dos exames cardiológicos dos atletas em atividade. Exames esse que devem ser repetidos de forma sistemática em intervalos de tempo determinados.
Por conta disso o Comitê Olímpico Brasileiro, previamente aos Jogos Pan-Americanos de julho passado exigiu que todos os nossos atletas inscritos fossem submetidos a exames de avaliação cardiológica. Em alguns países como Itália, esses exames são obrigatórios em todos os níveis por força de leis criadas após tantos episódios dramáticos.
A morte súbita de origem cardiológica na maioria das vezes é a conseqüência de uma arritmia cardíaca. Arritmia essa que poderia ser revertida com a utilização precoce de um desfibrilador elétrico e manobras de ressuscitação. Daí a importância de que em todos os locais onde se pratiquem atividades esportivas e não só nos estádios, existam esses equipamentos e equipes treinadas para sua utilização até a chegada do socorro avançado.
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