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Cristina Kirchner toma posse com desafios à espreita
Uma pesquisa de opinião da consultoria Analogias, publicada na edição de domingo do jornal Página/12, revelou que se espera que segurança pública venha a ser a prioridade da próxima administração federal.
Na avaliação de analistas políticos e econômicos do país, outros dos principais desafios do novo governo devem ser o combate à inflação, o problemas da escassez de energia elétrica e as pressões setoriais por aumento de salários.
“A inflação em 2007 subiu de forma excepcional, com cerca de 20% de alta, segundo os dados não oficiais. É preciso estar alerta porque se os preços e salários forem indexados com este resultado da inflação, o país vai entrar numa roda viva difícil de ser freada”, afirmou o economista Jorge Vasconcelos, do IERAL (Instituto de Estudos da Realidade Argentina e Latino-americana).
Para o economista Fausto Spotorno, da consultoria OJF&Associados, além de energia e inflação, a falta de crédito interno é outra “trava” na economia.
Lula
Em um dos dois discursos que realizou neste domingo, Cristina disse que o presidente Lula é um dos “homens chave nesta nova etapa da América Latina”.
Cristina destacou o momento “excepcional” da relação entre Brasil e Argentina. “As relações bilaterais entre Brasil e Argentina mostram imenso grau de profundidade e de amadurecimento”, disse ela.
Segundo a nova presidente argentina, Brasil e Argentina têm uma “dívida histórica” com o Paraguai, com quem travaram a “guerra do Paraguai”, no século XIX.
Nos dois discursos que realizou na véspera da sua posse, Cristina agradeceu a ajuda financeira dada pelo presidente venezuelano Hugo Chávez à Argentina, durante a crise que o país viveu.
“Chávez é um militar que antes de mais nada é um patriota”, afirmou.
Durante os discursos, Cristina também agradeceu ao marido, seu antecessor no cargo de presidente, Néstor Kirchner: “Quero agradecer a ele que continua sendo a mesma pessoa que conheci há mais de trinta anos”.
Parceria política
Cristina receberá a faixa presidencial de Néstor Kirchner em uma cerimônia na tarde desta segunda-feira, no Congresso Nacional. Num discurso, neste domingo, ela disse que “jamais” imaginou que seria a sucessora do marido-presidente.
“Mas este homem (Kirchner) vai continuar sendo presidente em nossos corações”, afirmou.
Algumas pesquisas de opinião, como a da consultoria Poliarquía, indicam que Néstor Kirchner registra apoio popular superior ao de sua mulher.
“Não vou me aposentar da política. Mas a hora agora é de Cristina na Presidência”, disse ele, mais de uma vez.
A expectativa é de que Kirchner trabalhe para fortalecer a base política e partidária criada por ele, Frente para a Vitória, pela qual ele e Cristina foram eleitos.
A parceria política do casal levou um dos apresentadores do programa Tres Poderes, da TV América, a afirmar, na noite de domingo: “Cristina e Néstor ao governo e ao poder”.
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