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Nacional
Domingo - 09 de Dezembro de 2007 às 20:31

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RIO - Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro do estudante Hugo Ronca Cavalcanti, de 12 anos, na tarde deste domingo, 9, no Cemitério Parque da Colina, em Niterói. O menino foi atingido por bala perdida em 1.º de dezembro, quando jogava futebol no Clube Federal, no Alto Leblon, bairro de classe média alta da zona sul. Ele morreu no início da noite do sábado, 8. A polícia ainda não esclareceu as circunstâncias em que o menino foi atingido.

Hugo foi enterrado às 16 horas. Sobre o caixão, a bandeira do seu time, o Botafogo, enviada pelo presidente do clube, Bebeto de Freitas depois que o menino foi baleado. Os jogadores autografaram uma camiseta, que havia sido presenteada ao menino durante semana, como forma de desejar sua recuperação. Entre as pessoas que estiveram no cemitério, pelo menos 20 eram adolescentes. Um grupo deles permaneceu junto ao túmulo depois do enterro.

Sem condições para dar entrevistas, os pais de Hugo, José Augusto e Sandra pediram a um amigo que agradecesse às correntes de oração em nome da família. "A gente quer Justiça, mas em todos os casos. Falta Justiça neste país, não só na morte do Huguinho", disse o amigo que se identificou apenas como César.

O menino ficou internado uma semana no Hospital Municipal Miguel Couto. No sábado em que foi atingido, os médicos o operaram mas não puderam retirar a bala. Ele permaneceu em coma mesmo depois que os sedativos foram suspensos. O neurocirugião Paulo Niemeyer esteve no hospital durante a semana e constatou que o estado de Hugo era gravíssimo.

Ainda no sábado, amigos postavam mensagens no site de relacionamentos Orkut, desejando sucesso na recuperação. "Tudo vai dar certo e no ano que vem você vai ver o Fogão campeão", escreveu um amigo. No momento em que ele morreu, amigos faziam uma corrente de oração, também marcada pelo site.

Depois do anúncio da morte, o perfil de Hugo recebeu dezenas de mensagens de pêsames para a família. Pais de alunos do Salesianos, onde o menino estudava, também se solidarizaram. Uma freqüentadora do Clube Federal também deixou uma mensagem. "Puxa que tristeza...minha filha esteve no clube no dia em que aconteceu essa barbaridade. Saiu meia hora antes. Poderia ter sido com ela. Estamos em meio a uma guerra sem chance nenhuma de defesa", escreveu Val.

A polícia tenta esclarecer se o tiro que atingiu Hugo partiu da favela Chácara do Céu, que fica próxima ao clube, ou de um dos prédios da vizinhança. O Clube Federal vinha recebendo reclamações sobre o barulho na quadra de esportes. Testemunhas disseram que não ouviram sons de tiros - o que seria indício de disparos a distância. No entanto, a bala não se partiu após o impacto contra a cabeça de Hugo.

Segundo estatísticas do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, de janeiro a junho deste ano, 170 pessoas foram vítimas de balas perdidas no Rio - 45% a mais do que no mesmo período de 2006.




Fonte: Estado de S.Paulo

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