Cristina Kirchner assume presidência da Argentina na 2ª
Buenos Aires - Cristina Fernández de Kirchner será, a partir de segunda-feira, a primeira mulher eleita nas urnas para ocupar a presidência da Argentina. Ela assume como a presidente civil com maior poder institucional de toda a história do país, pois controlará a Câmara de Deputados com uma margem sem precedentes. No Senado, onde seu partido, o Justicialista (peronista), impera desde a volta da democracia, em 1983, a nova presidente terá respaldo de mais de dois terços dos senadores. Ao mesmo tempo, os partidos da oposição estão desarticulados.
Cristina também contará com o apoio de 19 dos 24 governadores argentinos - incluindo da principal província, Buenos Aires, que concentra quase 40% do eleitorado e produz um terço do Produto Interno Bruto (PIB). De quebra, terá controle sobre mais da metade dos prefeitos em todo o país. Kirchner, em quatro anos e meio de governo, conseguiu recompor a autoridade presidencial - deteriorada pela crise financeira, social e política de 2001. Esse ativo político ficará de herança para Cristina, que também receberá uma megaestrutura assistencialista do governo Kirchner com a qual poderá, a exemplo do marido, driblar explosões sociais e manifestações.
Kirchner também deixa para Cristina uma Corte Suprema composta em sua maior parte por juristas que simpatizam com o governo. Além disso, Kirchner preparou para Cristina um sistema de retenções sobre as exportações que permite que a Argentina mantenha um considerável superávit fiscal.
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