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Economia
Sábado - 08 de Dezembro de 2007 às 15:05

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Ao contrário do que diz a sabedoria popular, bancos e financeiras não têm interesse em que seus clientes fiquem eternamente endividados - até porque, desta forma, eles não podem fazer novos empréstimos. "No fim de ano, queremos reabilitar o cliente para que ele possa adquirir novos créditos", explica Leonardo Santanda, diretor de cobrança da Losango, subsidiária do HSBC.

E, de acordo com quem entende do assunto, o devedor inadimplente pode ter um bom desconto no pagamento de dívidas velhas - muitas vezes, todo o juro é perdoado. "Em novembro e dezembro, a maioria (das financeiras) faz campanha de renegociação. E até desistem do juro", diz Assunção, diz o vice-presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), José Arthur Assunção.

Segundo Assunção, cerca de 30% das dívidas em atraso são pagas nesta época. A Acrefi representa 86 instituições financeiras que totalizam um volume de cerca de R$ 100 bilhões em créditos pessoais.

13º salário -- A escolha desta época do ano para este tipo de ação tem um motivo muito simples: é quando trabalhadores e pensionistas recebem o 13º salário, que neste ano representará injeção de R$ 64 bilhões na economia, segundo o Departamento Intersindincal de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Ari Pires, gerente comercial da gaúcha Aadvance Cobranças, empresa que renegocia débitos a serviço de bancos e financeiras, confirma a predisposição ao desconto de taxas. “A primeira oferta que fazemos ao cobrar é aquela estabelecida no contrato, mas as financeiras já nos dão uma alçada para negociarmos”, explica.

"Claro que se o atraso é de apenas 30 dias, a margem é menor. Mas se passa de 365 dias, por exemplo, há credores que permitem o pagamento apenas do principal da dívida, sem taxas ou juro", explica Pires.

Campanha anual -- Todos os anos, em novembro, a Losango - que pertence ao banco HSBC - faz campanha para renegociar com devedores inadimplentes e a quantidade de transações deste tipo aumenta em até 20%. "Fazemos renegociações por meio de 30 assessorias de cobrança e temos toda uma gama de ofertas para tentar chegar a um acordo", diz Santanda.





Fonte: G1

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