Improvisada, Copa do Brasil feminina tem final neste sábado
A primeira Copa do Brasil feminina acaba neste sábado, às 17h10, em Brasília, com a decisão entre Mato Grosso do Sul/Saad e Botucatu, com um "conforto" nunca antes visto no país no futebol das mulheres.
O torneio foi lançado às pressas logo depois do vice-campeonato mundial da seleção, marcado pelo protesto das jogadoras em busca de mais apoio para a modalidade.
Pressionada, a CBF concebeu a Copa do Brasil esperando que verbas do governo e de estatais a bancassem. O dinheiro não chegou, e a entidade teve que gastar recursos próprios.
No mesmo ano em que anunciou que não vai mais ajudar qualquer clube da Série C masculina, a CBF é elogiada pelos 32 clubes que participaram da Copa do Brasil feminina. Viagens aéreas e hospedagem para 23 pessoas foram pagas pela confederação, que também bancou despesas com arbitragem e seguro dos torcedores.
"Nunca no Brasil um torneio feminino teve essa organização", elogia Romeu de Castro, o presidente do Saad, clube que há mais de duas décadas está na modalidade, mas que precisou fazer uma parceria com a federação de Mato Grosso do Sul para disputar o certame.
Como os jogos tiveram portões abertos, cada partida teve um prejuízo mínimo de quase R$ 2 mil, que na maioria dos casos só não foi maior pelo desinteresse dos torcedores, o que evitou gastos maiores. Nas semifinais, em Brasília, cerca de cem torcedores estiveram presentes no Mané Garrincha.
As televisões abertas e os grandes jornais também fizeram pouco da Copa do Brasil. Dessa forma, a CBF, que ainda não calculou quando gastou com o evento, diz que a segunda edição do torneio ainda não foi planejada e que ela não está garantida para 2008.
Assim, dá mais motivos para jogadoras e cartolas aumentarem sua preocupação com relação ao futuro do esporte.
"O campeonato acaba amanhã. Ninguém sabe o calendário do ano que vem, o que tem, o que não tem, o que há de concreto, se vai haver patrocinadores", afirma Daniela Alves, um dos destaques da seleção e que defende o time de Mato Grosso do Sul/Saad.
"O medo [de a CBF não dar continuidade ao torneio] sempre existe. O receio de que morra aqui existe", diz Marcelo Marcolin, supervisor do Botucatu, que espera Estaduais fortes para turbinar as esperadas próximas edições da competição nacional.
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