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Internacional
Sexta - 07 de Dezembro de 2007 às 18:27

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As autoridades militares de Mianmar mataram pelo menos 31 pessoas durante a repressão aos protestos de setembro, segundo o relator especial da ONU sobre a situação de direitos humanos no país, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.

O governo militar de Mianmar admitiu apenas 15 mortes, mas Pinheiro afirma que deu ao governo uma lista de outras 16 pessoas que foram mortas.

Em um relatório que deve ser entregue na próxima semana ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, Pinheiro diz que o governo "subestimou" a realidade.

"Várias informações a respeito de mortes indicam que o número fornecido pelas autoridades pode ter subestimado a realidade", informou o brasileiro, segundo trechos do relatório divulgados pela agência de notícias francesa AFP.

"O uso de força mortal pelas autoridades de segurança entre 26 e 27 de setembro de 2007 em Mianmar foi discrepante com os princípios fundamentais refletidos nas normas básicas das leis internacionais", acrescentou.

Tortura

Segundo Pinheiro, mais de 600 pessoas ainda estão detidas pelas autoridades e outras 74 estão desaparecidas.

O brasileiro também afirmou que ativistas defensores dos direitos humanos foram perseguidos pelas autoridades e que os que foram detidos acabaram submetidos a tratamentos cruéis, desumanos, humilhantes e tortura.

"Desde a operação, foi registrado um número crescente de relatos de mortes em prisões, além de espancamentos (de detidos), falta de alimentação, água ou tratamento médico em instalações superlotadas e sem condições sanitárias em todo o país", disse.

Nesta sexta-feira, a organização americana de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch também divulgou um relatório detalhado a respeito da repressão aos protestos de setembro.

O grupo de Nova York afirmou que pelo menos 20 pessoas foram mortas quando os soldados dispararam contra os manifestantes, mas concluiu que o total de mortes pode ser bem maior.

Baseados em entrevistas com mais de cem testemunhas, o relatório do grupo descreveu espancamentos, prisões em massa arbitrárias e tortura dos detidos.

O Human Rights Watch também afirmou que o governo de Mianmar deteve mais pessoas do que informou.





Fonte: BBC Brasil

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