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Agronegócios
Sexta - 07 de Dezembro de 2007 às 13:22

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O cenário internacional favorável está fazendo os produtores da Cocamar, segunda maior cooperativa do Paraná, sorrir à toa. Havia dois anos que não se viam números tão bons, e de forma generalizada. "Tivemos um tantão de sorte", afirma o superintendente comercial e industrial, Celso Carlos dos Santos Junior. "Tivemos aumento de volume e faturamento graças ao cenário internacional, que compensou o câmbio. Foi além do que os mais otimistas imaginavam", diz.

Depois da crise nas safras 2005/06 e 2006/07, fortemente prejudicadas pelo clima ruim e pela valorização do real frente ao dólar, a cooperativa estima faturar neste ano R$ 1 bilhão, contra R$ 796 milhões no ano passado. O mais animador, diz Santos, é o retorno do alto esmagamento de soja. Até o fim do ano serão 860 mil toneladas do grão esmagadas frente às 775 mil em 2006.

Com esse ritmo, a Cocamar conseguiu ampliar as vendas domésticas de farelo de soja, aproveitando também o reaquecimento do mercado de aves no Paraná e em Santa Catarina. "Foram vendidas quase 300 mil toneladas de farelo em 2007, um aumento de 20% em relação a 2006", informa o executivo. "Pra gente, a ampliação do mercado interno é ainda mais importante que as exportações, que aumentaram 67%", passando de 126 mil toneladas em 2006 para 210 mil.

No caso do milho, a alta foi de 70%, sendo mais da metade destinada ao mercado local. A produção pulou de 190 mil toneladas para 320 mil toneladas neste ano.

Além dos grãos, a cooperativa aposta na agregação de valor ao algodão. "Queremos fazer fios mais finos para superar a concorrência dos têxteis chineses", diz Santos. Ao contrário dos outros produtos, a previsão é diminuir a produção de 9,6 mil toneladas de fios para 7,4 mil toneladas em 2008, o que impactará o faturamento com queda de R$ 64 milhões neste ano para R$ 52 milhões em 2008.

A Cocamar também atenta para os bons resultados de produtos de varejo como óleos, café e sucos - que representaram quase um quarto do faturamento.

Apesar de 2007, a cooperativa diz ainda não se sentir confortável com o futuro próximo. Segundo Santos, o atual patamar de preços negociados nas bolsas internacionais não se manterá. "A agricultura vai voltar a uma realidade histórica de preços", diz, lembrando o teto histórico de US$ 11 por bushel registrado recentemente. "A oferta era para atender à demanda para alimentação. Desde 2006, a equação mudou com o chegada do biocombustível e isso desequilibrou completamente a conta dos preços. Qual é o preço justo? Não sei".

Em média, a soja da cooperativa foi vendida pelo preço de R$ 30,42 por saca - em 2006 era R$ 25,46. Já o milho foi vendido à média de R$ 16,60, contra R$ 12,23 em 2006.

Para 2008, portanto, a Cocamar diz continuar "com um frio na barriga". Entre os desafios está esticar o bom momento atual com contratos de longo prazo, investimento em eficiência, diversificação e verticalização.





Fonte: Valor Econômico

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