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Economia
Quinta - 06 de Dezembro de 2007 às 23:12

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Com a forte queda na demanda por empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o novo chefe do órgão, Dominique Strauss-Kahn, disse que planeja cortar até 15% do número de funcionários da instituição, na primeira rodada significativa de dispensas desde a criação, em 1945. Trata-se da primeira iniciativa de Strauss-Kahn para recuperar a relevância do FMI num momento em que os países em desenvolvimento crescem rapidamente, freqüentemente com grandes reservas estrangeiras e com pouca necessidade de recorrer ao fundo.

Os cortes de funcionários são parte da estratégia de Strauss-Kahn de ganhar o apoio dos Estados Unidos e da Europa para um plano de vender parte das reservas em ouro do FMI e investir em ativos de maior retorno. "Tudo isto é possível apenas se eu tiver o compromisso de diferentes governos", disse Strauss-Kahn, em sua primeira entrevista longa desde que assumiu o posto em 1º de novembro. "Se não, nada será feito."

O ex-ministro das Finanças da França está tentando tornar o FMI numa força na política econômica global. Durante a entrevista, ele mergulhou em diversas questões polêmicas. Sobre câmbio, descreveu o dólar, que está em forte queda, como um movimento "na direção certa". Ecoando pedidos dos EUA e da Europa, ele disse que a China deveria deixar o yuan se valorizar, mas disse que isso não será suficiente para restaurar o equilíbrio da economia global.

O FMI também tem um papel importante para assegurar que os fundos soberanos - enormes fundos de governos que cada vez mais investem nos EUA e na Europa - atuem de forma amigável, disse. Críticos temem que alguns países, como China, Arábia Saudita e Rússia, usem os fundos para ampliar seu poder político.

Futuro

Ele fez distinções entre os fundos soberanos da Arábia Saudita, Noruega e outros nações petroleiras e os da China. Países com recursos naturais estão formando fundos de investimento para as futuras gerações quando os recursos naturais se esgotarem. O fundo de US$ 200 bilhões da China, no entanto, se beneficia de um boom de exportação em parte gerado pelo câmbio subvalorizado. O FMI está elaborando um código das "melhores práticas" para guiar os fundos soberanos.

Segundo Strauss-Kahn, o FMI enfrentará um déficit anual de US$ 400 milhões por volta de 2010 se a demanda por empréstimos não se recuperar. Ele reduziria o déficit em cerca de US$ 100 milhões com um corte de pessoal de 2.634 para 300 ou 400 empregos.

Argentina

Strauss-Kahn disse que quer recuperar as relações com a Argentina, severamente afetadas desde a crise econômica de 2001 que levou a uma profunda recessão. Autoridades do FMI reconheceram que falhas no aconselhamento ao país tiveram um papel importante na crise. Mas a Argentina agora precisa do FMI. Buenos Aires quer reestruturar US$ 6,3 bilhões em dívida com outros governos em negociações com o Clube de Paris, grupo informal de credores. Em geral, o Clube de Paris exige que os devedores tenham também um programa formal de reestruturação econômica com o FMI.

Strauss-Kahn planeja visitar a Argentina no domingo para a posse da presidente eleita Cristina Kirchner, a primeira visita de um chefe do fundo em cerca de três anos. As informações são do Wall Street Journal Asia, publicadas pela agência Dow Jones.




Fonte: AE

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