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Nacional
Quinta - 06 de Dezembro de 2007 às 02:41
Por: Sônia Filgueiras

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O Ministério Público vai denunciar pelo menos 40 pessoas envolvidas no esquema de corrupção com verbas públicas identificado pela Polícia Federal na Operação Navalha. O relatório está praticamente pronto.

Segundo investigadores que acompanham a evolução das apurações, além do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, o governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), também deve ser denunciado.

O Ministério Público Federal pedirá ainda o aprofundamento das investigações em pelo menos cinco Estados: Mato Grosso, Maranhão, Sergipe, Piauí e Alagoas. Ao longo dos trabalhos da Operação Navalha, a PF identificou indícios de irregularidade que não têm conexão com a rede de corrupção e desvio de verbas públicas supostamente montados pelo empresário Zuleido Veras, dono da empreiteira Gautama.

Deflagrada pela Polícia Federal em maio deste ano, a operação envolveu 48 mandados de prisão e a apreensão de mais de 800 quilos de documentos.

Chegaram a ser presas 46 pessoas, entre elas Alexandre Maia Lago e Francisco de Paula Lima, apontados nos relatórios da polícia como supostos intermediários do governador do Maranhão para o recebimento de propinas em troca de medições irregulares de obras.

Os sobrinhos de Lago foram presos durante a operação. Filmagens obtidas pela PF identificaram que o governador estava em Brasília no mesmo dia em que seus sobrinhos teriam supostamente recebido, também na capital federal, recursos do esquema.

O advogado de Lago, José Eduardo Alkmin, se disse surpreso com a informação de que o nome de seu cliente será incluído entre os denunciados. "Não vejo consistência." Segundo ele, o governador não tem nenhuma relação com as atividades de seus sobrinhos e esteve em Brasília cumprindo agenda oficial e pública que incluiu audiência com o presidente da República. O advogado também informou que não houve favorecimento à Gautama por parte do governo do Estado. "A Polícia Federal atribuiu à Gautama uma obra do governo, mas depois ficou provado que não foi a empreiteira que venceu a licitação", explicou Alkmin.

LISTA DE PRESENTES

Segundo os investigadores, o Ministério Público vai descartar como prova para embasar a denúncia a lista de presentes a políticos e autoridades apreendida na sede da Gautama em Salvador durante a operação. O documento, que incluía 255 nomes de políticos e autoridades, foi considerado frágil.

Até o momento, cerca de 30 envolvidos já foram indiciados em crimes como fraude em licitações, corrupção, tráfico de influência, superfaturamento de obras e desvio de recursos públicos. As apurações da Polícia Federal apontaram Zuleido Veras como "chefe dos chefes" e contava com outros 14 auxiliares na busca de contratos de obras públicas. Outros 18 agentes públicos foram identificados como supostos contatos do esquema, que atuariam para remover obstáculos administrativos à quadrilha.

Rondeau, que perdeu o cargo de ministro (da cota do PMDB) por conta do suposto envolvimento no esquema, sempre negou participação nas fraudes.





Fonte: Estadão

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