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Nacional
Quarta - 05 de Dezembro de 2007 às 19:00

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Após mais de 4 meses de investigações, a posição dos manetes de aceleração é uma das questões fundamentais do inquérito que apura as causas da queda do Airbus A320 da TAM. A aeronave caiu em julho em São Paulo provocando a morte de 199 pessoas. Nesta quarta-feira (5), o executivo da TAM Ruy Antônio Mendes Amparo, que era vice-presidente técnico da empresa na época, disse que estranhou a posição dos instrumentos que controlam a aceleração do avião.

O delegado Antônio Carlos Barbosa aguarda um laudo que virá da França sobre os controles. Ele deve detectar se as posições distintas dos manetes foram provocadas por erro mecânico ou humano. “Este é o xis da questão”, disse o delegado.

Durante aproximadamente três horas e meia, o delegado ouviu Amparo, atual vice-presidente de manutenção da TAM, em São Carlos. No depoimento, ele afirmou que achou estranho um dos manetes estar na posição de aceleração enquanto outro colocava a turbina em ponto morto, mas preferiu não apontar culpados pelo acidente.

Entretanto, Amparo assumiu no inquérito que somente após o acidente a TAM tomou ciência, por intermédio de aviso do fabricante do avião, que o boletim de serviço da Airbus, datados de novembro de 2006 e junho de 2007, recomendavam a instalação de um alarme sonoro para alertar os pilotos quanto à posição dos manetes no pouso.

Barbosa disse que, para a empresa, o comunicado da Airbus não foi entendido com a importância que representava para a segurança dos vôos. No depoimento, Amparo admitiu que o software é um item de segurança importante que está sendo incorporado o mais rápido possível em sua frota.

Fim do inquérito

O delegado responsável pelas investigações afirmou que espera concluir o inquérito até maio de 2008. De acordo com Barbosa, há duas semanas todos os documentos entregues sobre a condição da pista em Congonhas foram encaminhados no mesmo dia ao Instituto de Criminalística (IC). São relatórios de vistorias nas pistas e das obras do terminal feitos pela Aeronáutica, Infraero e a construtora responsável pela reforma do asfalto.

Além disso, são analisados em Toulouse, na França, fragmentos dos manetes da aeronave recolhidos nos destroços. As investigações mostraram que os manetes estavam em posições diferentes no momento de pouso – um indicava a aceleração dos motores, enquanto outro colocava o motor em ponto morto. “Com estes laudos completos, o inquérito está pronto. A previsão é de que eu termine em maio, antes do previsto”, disse Barbosa.

Com o laudo do Instituto de Criminalística em mãos, o delegado pretende descobrir se “a pista tinha condições de ser liberada” no dia do acidente. De acordo com a transcrição do depoimento, o executivo da TAM frisou que a empresa não pode ser responsabilizada quanto ao uso do aeroporto: ele reafirmou que o peso da aeronave era compatível com o tamanho da pista e que cabe a Infraero e não às companhias aéreas liberá-las para pouso. No dia da tragédia, chovia e os pilotos eram alertados pela Torre de Controle de que o asfalto estava escorregadio.




Fonte: G1

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