Polícia não acredita em suicídio de fraudador da Sudam

A versão de que o empresário José Osmar Borges, um dos maiores fraudadores da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), tenha cometido suicídio, não é aceita pelo delegado de Chapada dos Guimarães, João Bosco de Barros.

“Tem algumas coisas que não estão bem explicadas. Alguns pontos não foram esclarecidos. Por enquanto há um indicativo de suicídio, mas isso está muito frágil ainda”, declarou.

Barros começará a ouvir depoimentos de pessoas ligadas ao empresário, que foi encontrado morto no último dia 3, por volta de 11h, no quarto de sua mansão, na cidade.

O delegado pretende ouvir familiares, amigos, pessoas com quem Borges fez negociações e outras com quem tinha pendências. Os funcionários também serão ouvidos. Somente a quantidade de seguranças que cuidavam da casa de 17 mil metros quadrados seria mais de 10.

O corpo de José Osmar Borges, de 48 anos, foi encontrado intacto sobre o tapete do quarto por um dos funcionários, que entrou no ambiente pela sacada. Isso porque a porta estava trancada e o empresário tinha costume de acordar por volta de 5h30, o que não aconteceu no dia. Ele tinha espuma na boca e, na mesa, havia um copo com resquícios de veneno para rato.

“Ele pediu para a empregada comprar o veneno, seria para matar passarinhos”, disse Barros. Ao lado do corpo, a polícia encontrou um bilhete com a frase “a dor foi grande, não deu”. Na casa não havia ninguém, além dele e dos funcionários. A polícia espera agora o resultado da necropsia, que deverá sair nos próximos dias.

Um dos pontos que aumentam a suspeita de envenenamento, apesar dos indícios de suicídio, é o fato de o empresário ter sofrido dois seqüestros no ano de 2006. O primeiro aconteceu no mês de julho e o segundo em agosto. No último, dois homens espancaram Borges e teriam pego um contrato de compra e venda da fazenda Agropecuária São Lucas, em Rosário Oeste, e uma fita de vídeo com uma transação.