Kaká admite desejo de jogar na Inglaterra

Após receber o tradicional prêmio Bola de Ouro, oferecido pela revista France Football, o brasileiro Kaká afirmou que só foi escolhido o melhor jogador da temporada porque conquistou com o Milan a Copa dos Campeões da Uefa - na qual foi o artilheiro -, mas admitiu que admira e não acharia ruim disputar o Campeonato Inglês.

"Não escondo meu interesse pela Premier League, mas nunca admiti antes. Seria muito bom jogar na liga inglesa. Acompanho-a com atenção. Na Inglaterra os estádios ficam lotados e há um clima maravilhoso", afirmou o meia, em entrevista publicada pelo jornal espanhol El Pais.

A admiração de Kaká contrasta com as recentes confusões entre torcedores na Itália. Para o brasileiro o futebol está em perigo e pode perder a alegria que ele tanto prega dentro e fora de campo.

"Está em perigo, perdeu a credibilidade e as pessoas têm medo de ir aos estádios. Morrem policiais, torcedores e a violência obriga a suspensão de partidas, como aconteceu em Bergamo. Ao mesmo tempo que os clubes italianos são grandes, os jogadores também querem alegria e entusiasmo", declarou o meia que pediu à Fifa medidas para reviver o espírito do futebol nos estádios.

"Alguns torcedores vão ao estádio para extravasar as frustrações de suas vidas. Mas creio que há outras formas e manifestar sua raiva. Para mim o futebol é uma festa. Acredito que o futuro do futebol depende de atrair as famílias. Este espírito familiar é o único meio de recuperar a credibilidade do futebol. Tanto a Fifa como a Uefa devem estudar esta questão", disse.

Sobre a premiação em que ficou bem à frente do português Cristiano Ronaldo, do Manchester, e do argentino Lionel Messi, do Barcelona, Kaká elogiou os concorrentes. "Acho que não há muita diferença entre nós. Acredito que vencer a Copa dos Campeões foi fundamental. Sem isso, provavelmente não teria sido escolhido pelos jurados", afirmou.

"Se o Chelsea tivesse ganho um campeonato importante, Drogba estaria mais para cima sem dúvida nenhuma", completou Kaká, que espera não encontrar na carreira a mesma situação que vive o brasileiro Ronaldinho no Barcelona.

"Hoje me sinto reconhecido no Milan, mas e amanhã? Um exemplo é Ronaldinho que está sendo criticado mesmo depois de tudo o que fez. O jogador tem sempre que se colocar em dúvida, trabalhar duro todos os dias e continuar no topo. Não acreditar que é o melhor, mas trabalhar para ser", encerrou.