Ministério Público processa frigorífico de MT por assédio moral
O órgão diz que, nas investigações, foi constatada a ausência de cuidados mínimos com a saúde do trabalhador, o que tem provocado uma enorme quantidade de acidentes de trabalho e doenças. Segundo o MPT, apenas na filial do município de Vila Rica, em um período de 120 dias, houve cerca de 50 acidentes graves.
O MPT diz que os acidentes e doenças que ocorrem não costumam ser comunicados ao INSS, como exige a legislação, sendo que a empresa obriga os empregados doentes e acidentados a continuar trabalhando, mesmo com fortes dores, sob a ameaça constante de serem suspensos ou demitidos. A situação também foi constatada pela Delegacia Regional do Trabalho em Mato Grosso.
O Ministério Público do Trabalho afirma que a empresa não fornece os equipamentos de segurança individual necessários; a maior parte dos funcionários não recebe adicional de insalubridade; a alimentação é deficiente; são submetidos a assédio moral e obrigados a cumprir exaustivas jornadas de trabalho em ambientes insalubres.
"O trabalho é desenvolvido em péssimas condições, com mau cheiro exalando e até bichos circulando no ambiente devido à putrefação da carne; quando está trabalhando na graxaria o cheiro de carne podre é insuportável fazendo com que alguns até passem mal; quando algum empregado fica doente ou passa mal no trabalho não é liberado, tem que trabalhar; há muitos empregados que trabalham doentes, pois não podem perder a cesta básica", segundo relato d e empregados do frigorífico, que faz parte da ação civil pública.
O departamento de marketing do Frigorífico Quatro Marcos declarou que não tem informação sobre a ação civil pública do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso contra a empresa e que não irá se pronunciar sobre o caso. O Frigorífico tem 6 mil funcionários. No Estado de Mato Grosso, possui filiais em Cuiabá, São José dos Quatro Marcos, Alta Floresta, Colíder, Juara e Vila Rica.
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