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Estudante diz que ficou detida com homens em Manaus
Uma estudante universitária de 18 anos que não quer ter o nome revelado deve processar o governo do Amazonas por ter sido detida numa cela durante 14 horas com dois homens, pernoitando na sede do 6.º Distrito Policial (DP) de Manaus, entre 19 e 20 de março. O advogado dela, José Carlos Valim, deve entrar amanhã com uma ação contra o governo do Estado na Vara Especializada da Fazenda Pública, cobrando uma indenização por danos morais de mil salários mínimos, hoje correspondentes a R$ 380 mil.
"A família já tinha entrado em contato com o escritório em março, logo depois do ocorrido, mas estava recebendo ameaças e resolveu colocar agora na mídia agora para tentar se proteger, com o exemplo do Pará", afirmou Valim. A mãe da estudante universitária, Goreth Garcia Marques, relatou que, no mesmo dia, duas outras mulheres foram presas pouco antes de ela ter sido liberada. "Isso de mulher ficar em mesma cela que homens deve ser comum por aqui, mas não para nós. Quando soubemos que ela tinha sido presa, mais de seis horas depois, ficamos eu e o pai dela de plantão em frente à delegacia por mais de oito horas até falarmos com o delegado, que a liberou depois de verificar que não houve flagrante. Se não estivéssemos de vigília, não sei o que poderia ter acontecido com ela."
De acordo com a assessoria do secretário de Segurança Pública do Estado, Sá Cavalcante, nenhuma denúncia sobre o tratamento dado à garota foi feita na Corregedoria e o caso só será investigado "se houver denúncia formal e comprovada responsabilidade de qualquer dos agentes policiais". Segundo nota oficial da secretaria, "causa estranheza que de um acontecimento de há oito meses só agora tenha sido dado conhecimento e ainda por meio da imprensa". "Parece ser oportunista a tentativa de associar essa suposta ocorrência ao caso real havido no Pará", diz o comunicado.
Goreth reagiu indignada ao ser informada de que a denúncia "parece ser oportunista" aos olhos da secretaria. "O fato de ela ter ficado com dois homens na delegacia é gravíssimo, mas não é só o que nos motivou e motiva. Temos testemunhos de que ela foi colocada junto com homens sim, tanto de um dos presos quanto de um colega de meu marido, que trabalha no Conselho Tutelar da zona norte e pôde ir até a cela", afirmou.
"Há muitos detalhes graves acumulados, como o fato de ela ter sido presa e não ter tido o direito de nos telefonar. Quem acabou nos dando a dica, já que achávamos que ela estava na faculdade à noite, foi a mulher do próprio homem que mandou a prender. Durante as 14 horas em que ficou presa, minha filha passou fome, sede, foi humilhada pelos policiais e pelo delegado", disse.
Segundo a mãe da estudante, a filha foi detida acusada de ter roubado dinheiro de cobranças que o patrão, Eduardo Monteiro Melo, mandava que ela recebesse de clientes do comércio. Monteiro Melo foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado. De acordo com Goreth, ele não assinou a carteira de trabalho, demitiu-a e sugeriu que ela ficasse com o dinheiro de algumas cobranças como ressarcimento por quebra de contrato. Segundo a mãe, quando a estudante voltou de uma dessas visitas, Monteiro Melo a esperava com policiais, que a levaram à delegacia.
"A família já tinha entrado em contato com o escritório em março, logo depois do ocorrido, mas estava recebendo ameaças e resolveu colocar agora na mídia agora para tentar se proteger, com o exemplo do Pará", afirmou Valim. A mãe da estudante universitária, Goreth Garcia Marques, relatou que, no mesmo dia, duas outras mulheres foram presas pouco antes de ela ter sido liberada. "Isso de mulher ficar em mesma cela que homens deve ser comum por aqui, mas não para nós. Quando soubemos que ela tinha sido presa, mais de seis horas depois, ficamos eu e o pai dela de plantão em frente à delegacia por mais de oito horas até falarmos com o delegado, que a liberou depois de verificar que não houve flagrante. Se não estivéssemos de vigília, não sei o que poderia ter acontecido com ela."
De acordo com a assessoria do secretário de Segurança Pública do Estado, Sá Cavalcante, nenhuma denúncia sobre o tratamento dado à garota foi feita na Corregedoria e o caso só será investigado "se houver denúncia formal e comprovada responsabilidade de qualquer dos agentes policiais". Segundo nota oficial da secretaria, "causa estranheza que de um acontecimento de há oito meses só agora tenha sido dado conhecimento e ainda por meio da imprensa". "Parece ser oportunista a tentativa de associar essa suposta ocorrência ao caso real havido no Pará", diz o comunicado.
Goreth reagiu indignada ao ser informada de que a denúncia "parece ser oportunista" aos olhos da secretaria. "O fato de ela ter ficado com dois homens na delegacia é gravíssimo, mas não é só o que nos motivou e motiva. Temos testemunhos de que ela foi colocada junto com homens sim, tanto de um dos presos quanto de um colega de meu marido, que trabalha no Conselho Tutelar da zona norte e pôde ir até a cela", afirmou.
"Há muitos detalhes graves acumulados, como o fato de ela ter sido presa e não ter tido o direito de nos telefonar. Quem acabou nos dando a dica, já que achávamos que ela estava na faculdade à noite, foi a mulher do próprio homem que mandou a prender. Durante as 14 horas em que ficou presa, minha filha passou fome, sede, foi humilhada pelos policiais e pelo delegado", disse.
Segundo a mãe da estudante, a filha foi detida acusada de ter roubado dinheiro de cobranças que o patrão, Eduardo Monteiro Melo, mandava que ela recebesse de clientes do comércio. Monteiro Melo foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado. De acordo com Goreth, ele não assinou a carteira de trabalho, demitiu-a e sugeriu que ela ficasse com o dinheiro de algumas cobranças como ressarcimento por quebra de contrato. Segundo a mãe, quando a estudante voltou de uma dessas visitas, Monteiro Melo a esperava com policiais, que a levaram à delegacia.
Fonte:
AE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/195818/visualizar/
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