'Não vamos seguir a Perdigão', diz executivo da Sadia
"Eles (Perdigão) decidiram partir para uma estratégia de diversificação. A Sadia não vai seguir os passos da Perdigão. Vamos focar nos setores de aves e suínos", disse o presidente do Conselho de Administração da Sadia, Walter Fontana.
O executivo chegou ontem de manhã à São Paulo de uma viagem a Kaliningrado, cidade russa localizada, onde inaugurou uma fábrica para industrializar carnes. O investimento de US$ 90 milhões é o primeiro da Sadia numa unidade industrial fora do território brasileiro e inaugura uma nova fase para a companhia.
A produção de 53 mil toneladas por ano abastecerá unidades russas do McDonald's e assegura a venda local a partir da marca Sadia. "O projeto da Rússia é interessante porque não vamos atender apenas o mercado de food service, mas teremos condições de desenvolver a própria marca. É uma oportunidade muito interessante", explica Fontana. O negócio, feito em parceria com a Miratorg, distribuidora local dos produtos Sadia, poderá crescer nos próximos anos com um aporte suplementar nas instalações industriais de US$ 20 milhões. "Podemos chegar a 85 mil toneladas por ano em produtos industrializados, empanados e embutidos", explica.
Durante dez dias de janeiro, a direção da Sadia visitará regiões do Oriente Médio para repetir lá o mesmo modelo de negócio construído na Rússia. Fontana disse ontem que há a possibilidade de antecipar o projeto com o aluguel de um imóvel em alguma cidade da região do Oriente Médio. O plano é ter uma operação industrial em 2009.
Embora considere a Europa um grande cliente, repetir lá o modelo de negócio da Rússia - e em breve no Oriente Médio - é inviável. "O custo para desenvolver uma marca na Europa é muito elevado. E a tradição na região é o de produtos da marca das grandes redes de varejo. O que temos na Europa é uma parte do mercado de food service", explica.
1 bilhão
A Sadia anunciou que irá investir R$ 1 bilhão em 2008 e se prepara para aprovar no Conselho de Administração metas de investimento semelhantes nos próximos anos. Parte destes recursos será usada nos projetos internacionais, mas boa parte financiará os projetos no mercado brasileiro. Além da unidade de Pernambuco, a empresa quer expandir o projeto de Lucas do Rio Verde (GO).
A frustrada operação de aquisição da Perdigão fez a Sadia revisar as estratégias. Segundo Fontana, o valor das boas operações de aves e suínos ficaram caras demais no Brasil, o que exigirá da Sadia planos para crescimento orgânico. "Os ativos ficaram muito caros. Vamos crescer de forma organizada. Isso fará com que o crescimento demore um ano, um pouco mais, mas é mais barato", explicou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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