ONU pede menos complacência em Dia Mundial da Aids
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, alertou para a crescente complacência na luta contra a Aids, no dia mundial do combate à doença, neste sábado.
Segundo o secretário-geral, o número de pessoas infectadas ainda é muito alto, apesar dos progressos no tratamento e prevenção da doença.
Ban Ki-Moon, que participou de uma cerimônia religiosa em Nova York à meia-noite de sexta-feira (hora local) para marcar o dia, afirmou que é necessária uma forte liderança se o mundo quiser vencer a batalha contra a Aids e o vírus HIV.
"A Aids é uma doença como nenhuma outra. A Aids é uma questão social, uma questão de direitos humanos, uma questão econômica. Ela atinge jovens adultos no momento em que eles deveriam estar contribuindo para o desenvolvimento econômico, crescendo intelectualmente ou cuidando de seus filhos."
O secretário-geral pediu ainda que sejam renovados os esforços, especialmente na ajuda às mulheres, que hoje correspondem à metade dos soropositivos.
Ajuda financeira
Vários países organizaram eventos para marcar o 20º Dia Mundial da Aids, neste sábado.
Nos Estados Unidos, o presidente George W. Bush pediu ao Congresso que autorize o governo a dobrar a ajuda financeira para combater a Aids para US$ 30 bilhões (cerca de R$ 53 bi) nos próximos cinco anos.
"Vamos virar a maré contra o HIV e a Aids de uma vez por todas", disse Bush, acrescentando que faria uma visita ao continente africano no ano que vem.
Pessoas vivendo com o HIV
África sub-saariana - 22,5 mi
Ásia - 4,9 mi
América do Norte e Europa ocidental e central - 2,1 mi
América Latina - 1,6 mi
Leste europeu e Ásia central - 1,6 mi
Oriente Médio e norte africano - 0,38 mi
Oceania - 0,075 mi
UNAids/OMS
Na África do Sul, foi organizado um concerto especial para marcar a data, com o apoio do ex-presidente Nelson Mandela, um proeminente ativista contra a doença no país.
Mais de cinco milhões de sul-africanos são soropositivos, mas dados recentes indicam que, como na maior parte dos países da região, a infecção entre os adultos está se estabilizando ou começou a diminuir.
Depois de vários anos em que o governo foi acusado de "negar a Aids", o país hoje tem o maior programa do mundo de tratamento com remédios anti-retrovirais.
Mas os ativistas contra a Aids afirmam que é preciso ser feito mais, principalmente na prevenção das transmissões de mãe para filhos.
Quase três quartos das mortes relacionadas à Aids em 2006 foram registradas na África sub-saariana. Dois terços dos soropositivos do mundo moram na região.
O número de pessoas vivendo com o vírus cresceu em todo o mundo, com os casos mais sérios no leste e centro asiático e no leste europeu.
Recentemente, a ONU reduziu as estimativas de pessoas vivendo com Aids/HIV no mundo de quase 40 milhões para 33 milhões, depois de reavaliar seus métodos de coleta de dados.
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