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Sexta - 30 de Novembro de 2007 às 20:24

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SÃO PAULO - Pai Nílson, antigo 'guia espiritual' do Corinthians, organiza uma caravana com 21 pessoas para visitar um cemitério da Zona Leste, onde todos rezariam durante dez horas seguidas para salvar o clube do descenso. As rezas vêm de todos os lados e terreiros para salvar o Corinthians.

E olha que o pai-de-santo teria até motivos para rezar contra. Ele está magoado com a diretoria do Corinthians. Ele sempre teve no clube uma sala para guardar suas velas e material de despacho. Não tem mais. E se diz abandonado. Agora, só pode entrar no clube como sócio, pagando mensalidade. Pai Nílson diz que foi sócio do Corinthians há 15 anos, mas deixou de pagar a mensalidade em 2000. “Sempre fiz ‘trabalhos’ de graça para eles e agora querem que eu pague para entrar? Já gastei mais de R$ 8 mil com serviços e nunca exigi nada”, desabafa o baiano. Ele diz que até "abraçou" a campanha de Andrés Sanchez para a presidência.

Mas Pai Nilson não pensa em fazer mal ao presidente nem ao time. “Não posso fazer trabalho com mágoa. O Corinthians é minha vida. Espero que o time permaneça na Primeira Divisão pela sua torcida. Porque se dependesse dos dirigentes, já estaria na Terceira”, diz ao citar nomes de dois diretores, Arizão e Valdir, que seriam responsáveis por sua liberação no clube.

Na lista do banquete para Ogum e outros orixás, Pai Nílson gastou bem. Comprou lagosta, frutas, feijão preto, batata, mandioca, milho cozido. A entidade merece se tirar o time do fundo do poço.

Há ainda doces para São Cosme e Damião, além de litros de vinho, 37 quilos de velas, um lençol branco e um pão italiano representando Oxalá. Depois da reza em São Paulo, o guia levaria tudo isso para a Serra do Mar.

Para ver seu time se salvar, Pai Nilson diz ter gastado R$ 2.794 - entre comida e condução. Nem assim, foi chamado para ir com o elenco a Porto Alegre. Tirou dinheiro do próprio bolso.

Na igreja, santo não tem time

Na religião católica, o padre Augusto, que é corintiano e celebra missas na Igreja São Judas Tadeu há 20 anos, diz que “santo não pode tomar partido”.

Padre Augusto não vê razão para as pessoas pedirem ajuda aos céus. “O que eles podem fazer é dar força. A questão do Corinthians é mais de honestidade na administração. Torço pelo povo corintiano. Mas não sofro. Se um time grande não está em condições de ficar na Primeira Divisão, não vejo como humilhação ou desonra. O Corinthians não foi bem esse ano. Os outros foram melhores”, disse o padre, sem perdão.




Fonte: Jornal da Tarde

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