<b>Enem pode aumentar notas no vestibular </b>
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem ) pode ser decisivo para o ingresso no vestibular. Ainda mais neste ano, em que as notas dos estudantes na prova do Governo federal foram as mais altas das últimas cinco avaliações. Não fazer o Enem ou respondê-lo com descompromisso pode significar a perda de valiosos pontos em processos seletivos concorridos como o da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp ) ou da Universidade Estadual Paulista (Unesp ).
Por outro lado, alguns estudantes como Gabriela Peres D’Aquino, 20, mantêm a expectativa de chegar à segunda fase da Fuvest 2008, vestibular que seleciona alunos para a USP, por causa do bom desempenho no Enem. “Na Fuvest eu fiz 51 pontos. Com a nota do Enem, ganho sete pontos”, diz.
Na carreira de design, que é a que Gabriela disputa, a nota de corte (a pontuação mínima para chegar à segunda fase) foi de 56 pontos no vestibular passado. Ou seja, se a estudante tirasse 51 pontos no último ano, só passaria para a etapa final do processo seletivo com a mãozinha do Enem.
A angústia dos candidatos agora é saber se a nota de corte do processo seletivo vai aumentar. De acordo com o coordenador de vestibular da Fuvest, Roberto Costa, uma avaliação sobre o assunto ainda “é prematura”. “A alteração das notas de corte como resultado de melhores notas no Enem depende também de que subam as notas da Fuvest, pois a nota final [da primeira fase] é uma média das duas (80% Fuvest e 20% Enem)”, disse ao G1.
Na Unicamp, o efeito do Enem parece imediato. Para o coordenador-adjunto do vestibular da Unicamp, Renato Pedrosa, a elevação nas notas do Enem deve aumentar o número de candidatos aprovados para a segunda fase do processo seletivo da instituição deste ano, com exceção dos cursos muito concorridos.
“Todos os estudantes que acertam 50% ou mais da prova da primeira fase vão para a etapa seguinte. Nos cursos muito concorridos isso não é possível porque a universidade só aprova um número de alunos que represente até oito vezes o total de vagas da graduação”, explica. Segundo Pedrosa, 95% dos candidatos que prestam o vestibular também fazem o Enem.
Enem: fazer ou não fazer?
Unanimidade nos três grandes vestibulares paulistas é que o candidato deve, sim, prestar o Enem. Isso porque, se o percentual de acertos for maior do que o obtido nos vestibulares, poderá compor a nota final. Esse é o caso de Gabriela, que acertou 58,6% na Fuvest e 95,2% no Enem.
Na Fuvest e na Unicamp, a nota do Enem compõe 20% da primeira fase. Já na Unesp,o vestibular é realizado em uma única fase e a pontuação no Enem pode equivaler a 4% da nota final. Em todos os casos, quando o desempenho no exame do Governo federal é ruim, ele é apenas descartado. “Podemos concluir que quem não faz o Enem, tem alguma desvantagem. Quem faz pode ter vantagem ou não”, afirma o coordenador da Fundação Vunesp, Fernando Prado.
Como seria sem o Enem
A Fundação Vunesp fez um estudo que mostra que se o Enem não fosse usado no vestibular da Unesp, haveria pouca mudança na lista de aprovados. Apenas 3,7% dos nomes convocados sofreriam alguma alteração, de acordo com os dados de 2007. “Pelo que vi dos dados, o que o Enem acaba fazendo é mais alterar as posições na lista de aprovados, do que incluir ou excluir gente dessa relação”, diz Prado.
No entanto, a fundação tem outro dado importante: no vestibular da Unesp do ano passado, 11,7% dos candidatos que se inscreveram no vestibular não fizeram o Enem. Já a porcentagem de quem conseguiu aprovação sem ter feito o exame do Governo federal foi de 8,6% nesse mesmo ano. Isso indica que quem não fez o Enem tem de correr atrás de mais pontos no vestibular.
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