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Polícia Brasil
Quinta - 29 de Novembro de 2007 às 14:58
Por: Alícia Uchôa

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O presidente da Mangueira Percival Pires disse nesta quinta-feira(29) que não tinha conhecimento de que a estagiária de direito Jacqueline Moraes, esposa do traficante Luiz Fernando da Costa - o Fernadinho Beira-Mar - teria supostas ligações com o tráfico de drogas, conforme investiga a Polícia Federal.

Jacqueline está presa sob a acusação de tráfico, formação de quadrilha e associação com o tráfico, além de ser investigada por sonegação fiscal pela Receita Federal.

Na coletiva de imprensa, o presidente da Mangueira Percival Pires disse ainda ter sido convidado pessoalmente por Jacqueline Moraes, mulher do traficante Fernandinho Beira-Mar, para participar da festa de casamento dos dois, no último dia 20 de outubro, em que homenageou o casal com um diploma.

Apesar de saber do romance do casal, Percival negou ter conhecimento do envolvimento de Jaqueline com o tráfico de drogas. Ele elogiou Jacqueline:

“Conheço nossa mangueirense, gentilíssima e maravilhosa, que é a Jacqueline. Recebi um convite dela e não do Fernandinho Beira-Mar. Até o momento, para mim, ela é uma pessoa idônea, normal, como todos”, disse Percival, que negou conhecer o traficante e que Jacqueline tenha feito qualquer tipo de doação para a escola.

Cestas básicas à vila olímpica

Segundo o presidente da Mangueira, ele conheceu Jacqueline há um ano. Ela freqüenta, além dos ensaios da escola, festas na quadra. De acordo com ele, a participação da agremiação na festa de casamento durou cerca de 40 minutos e contou com 12 representantes da escola. O cachê do grupo teria sido de R$ 2.500.

Assessor jurídico da escola, o advogado Nélio Andrade disse que, por coincidência, é professor de Jacqueline na faculdade de direito. “Teve um ano em que organizei doações para crianças da Vila Olímpica da Mangueira e ela colaborou com 50 cestas básicas”, contou.

Samba com parceria de traficante em liberdade condicional

Recentemente, a escola esteve envolvida em outra polêmica. O samba escolhido para defender o enredo de 2008, “100 anos do frevo, é de perder o sapato. Recife mandou me chamar...”, tem entre os compositores Francisco do Pagode, o Tuchinha, em liberdade condicional depois de cumprir pena por tráfico de drogas. Ele era considerado um dos chefes do tráfico no morro da Mangueira.

Percival conta que a votação foi praticamente unânime entre os 55 membros do conselho deliberativo da escola e que ele, como presidente, não votou. “Mas ele já tinha participado outras três vezes e perdido”, afirmou.

O presidente da escola assegurou ainda que a escola não sofre nenhuma interferência do morro. “Uma coisa é a escola de samba e outra é o morro da mangueira. Se você perguntar, no morro tem tráfico de drogas? Eu respondo: no Rio de Janeiro, onde não tem?”





Fonte: G1

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