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Polícia Brasil
Quarta - 28 de Novembro de 2007 às 17:22
Por: Daniella Clark

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O esquema de sonegação fiscal deflagrado após um ano de investigações causou um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos, cifra três vezes maior do que foi desviado no escândalo do propinoduto. A informação foi dada pelo procurador geral da Justiça do Estado do Rio, Marfan Martins Vieira.

Até agora, a operação Propina S.A., organizada pelo Ministério Público, resultou na prisão de 24 pessoas, sendo 10 fiscais, quatro empresários e seis contadores. A investigação constatou ainda que os fiscais de renda do estado prestavam consultoria a empresas de médio e grande porte ensinando os caminhos para a sonegação de impostos.

“A operação não acabou hoje. Esta é a ponta do iceberg”, afirmou Marfan. “O rombo nos cofres públicos foi três vezes maior do que no Propinoduto”.

Segundo o secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy, com esse R$ 1 bilhão seria possível, por exemplo, pagar seis meses da folha de pessoal da educação pública do estado.

“A sonegação destrói empregos e a vontade de inovar das empresas”, disse Levy. “Essa atuação é parte do que a gente considera política de desenvolvimento do estado. Não há investimento sem transparência e segurança para o contribuinte”.

Um dos presos tinha R$ 289 mil em dinheiro

Ainda há sete mandados de prisão a serem cumpridos. Os crimes cometidos envolvem lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, além de sonegação fiscal. Participaram da ação 300 homens do Ministério Público, da Polícia Civil, do Detran, da Secretaria de Administração Penitenciária, da Secretaria de Segurança e da Receita Federal.

“Hoje o estado do Rio deu um exemplo de integração. Mostrou para a sociedade os resultados de uma investigação de qualidade, em que o Ministério Público tem em mãos provas concretas para tirar do convívio da sociedade pessoas que praticavam um crime silencioso”, disse o secretário de Segurança Pública do estado José Mariano Beltrame.

Com um dos fiscais, José Meirelles Leitão, foram encontrados R$ 289.500 em dinheiro. Já o fiscal Francisco Ribeiro da Cunha Gomes, conhecido como Chico Olho de Boi, estava com US$ 38 mil dólares quando foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no subúrbio do Rio, quando tentava embarcar para Manaus. Segundo Marfan Vieira, há indícios de que o esquema de sonegação tenha tentáculos internacionais, para lavagem de dinheiro.





Fonte: G1

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