Preços do leite voltam a cair e oferta diminui

Os preços do leite voltaram a registrar queda no mês de novembro, referente às entregas em outubro. Entre os sete Estados pesquisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea - Esalq/USP), a redução foi de 7,3% em relação ao mês anterior, para R$ 0,6946 (valor bruto), o que representa um recuo de cinco centavos por litro.

O preço médio líquido, descontados frete e 2,3% de Contribuição Especial da Seguridade Social Rural (CESSR - ex-Funrural), foi para R$ 0,6486 por litro.

Em Minas Gerais, maior produtor brasileiro, a queda chegou a quase 7 centavos por litro e levou o preço médio bruto para R$ 0,746. Ainda assim, esse Estado apresenta o maior patamar de cotações se comparado aos outros seis da pesquisa. A menor queda de preços ocorreu na Bahia, 1,3%, significando pouco menos de 1 centavo por litro. Já Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram as maiores reduções, de 15 centavos por litro e 18 centavos por litro, respectivamente.

Em novembro, o levantamento do Cepea detectou também uma desaceleração do aumento da oferta do produto a partir de outubro. Segundo o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) o aumento foi de 3,2% no mês passado, se comparado a setembro. No mesmo período de 2006, o incremento havia sido de 5,1%. No acumulado dos meses de junho a outubro, a produção dos sete Estados pesquisados pelo centro aumentou 36,18%.

Atraso das Chuvas De acordo com os responsáveis pela pesquisa, a diminuição da captação é decorrente do atraso das chuvas, que só voltaram à normalidade a partir do final do mês passado na maioria das regiões leiteiras. Dessa forma, uma nova produção de pastagens só ocorreu a partir da segunda quinzena de novembro e os produtores já não dispunham de alimento suficiente (silagem) para a alimentação do gado.

O maior aumento de captação foi verificado em Goiás, de 7,94%, ainda que tenha sido inferior aos 13,55% observados no mesmo intervalo de 2006. São Paulo e Minas apresentaram os menores índices de aumento, de 0,56% e 1,61%, respectivamente. Já os Estados do Paraná e Rio Grande do Sul apresentaram a situação inversa, com aumentos maiores de captação em outubro em relação a setembro. De acordo com o ICAP-L/Cepea, o crescimento foi de 6,2% e 6,5%, respectivamente.