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Polícia Brasil
Quarta - 28 de Novembro de 2007 às 14:35
Por: Edilson Almeida

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Uma fazenda no Sul de Mato Grosso, cujo controle estaria nas mãos do Primeiro Comando da Capital, o PCC, facção criminosa sediada nos presídios de São Paulo, pode ter sido motivo do assassinato da pro-reitora Soraiha Lima Miranda, diretora do Campus da Universidade Federal de Mato Grosso em Rondonópolis. Com ela, foram assassinados também o prefeito do campus, Luís Mauro Pires Russo, e o professor do curso de zootecnia, Alessandro Luís Fraga. A fazenda faz parte de um processo de desapropriação de terras. No local, seria abrigado a parte de extensão do curso de Zootecnia. “É uma hipótese” – disse o deputado José Carlos do Pátio (PMDB).

A fazenda foi seqüestrada no ano passado pela Justiça Federal, em Rondonópolis, sob a suspeita de ter sido adquirida com parte dos mais de R$ 164 milhões furtados no Banco Central de Fortaleza (CE), em 2005. A fazenda de cerca de 70 hectares fica a aproximadamente 18 quilômetros do campus de Rondonópolis. Além da Zootecnia, a área abrigaria atividades experimentais de Engenharia Agrícola, Biologia e Geografia. O intento já possuia o apoio do governador Blairo Maggi, do prefeito Adilton Sachetti, da senadora Serys Slhessarenko, dos deputados Carlos Abicalil e Wellington Fagundes, do presidente do Intermat, Afonso Dalberto, e do presidente da Fapemat, Antonio Carlos Camacho.

Mas há outras vertentes para o crime. Além de uma separação litigiosa e conturbada, a professora Soraiha Miranda também vinha investigando uma série de irregularidades no campus da UFMT. Recentemente ela confidenciou a amigos que vinha sendo hostilizada e inclusive teve o veículo danificado no pátio do campus. Em Sinop, o reitor da UFMT, Paulo Speller, disse que a Polícia Federal deverá ser acionada para ajudar nas investigações.

“O assassino chegou a levar a bolsa da pró-reitora, mas isso pode ter sido uma tentativa de forjar o latrocínio (roubo seguido de morte). O pai da professora Soraiha disse que ela vinha recebendo ameaças de morte, o que reforça a tese de que esse crime foi premeditado. Não podemos descartar nenhuma hipótese” - disse o comandante do 5º BPM.

Na Assembléia Legislativa, o Pátio alertou a classe política para o crime. Segundo ele, “não foi coisa de café pequeno”. A morte da pró-reitora foi considerada “muito estranha” já que o criminoso simplesmente “matou e foi embora”. Testemunhas disseram que trata-se de um homem moreno, de estatura mediana e trajava capuz, camisa vermelha e calça jeans no momento do crime. O assassino fugiu logo após efetuar os disparos. Ele teria se embrenhado no mato e seguido em direção ao Rio Vermelho, que passa próximo ao bairro Colina Verde.

“É estranho o que está acontecendo em Rondonópolis” – acrescentou o parlamentar oposicionista, ao cobrar uma resposta por parte do governador Blairo Maggi. Ele lembrou que recentemente a cidade assistiu apavorada ao caso Jardim das Flores, em que policiais militares, numa simulação anti-seeqüestro, acabou usando balas de verdade ao invés de festim. “O governador deve chamar para si o comando da tropa e da segurança pública” – pediu o deputado, ao insistir na tese de que “o crime organizado está instalado em Rondonópolis”.

Colaboraram Eduardo Ramos, de Rondonópolis, e Marcos Azevedo, de Sinop





Fonte: 24 Horas News

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