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Agronegócios
Terça - 27 de Novembro de 2007 às 16:40

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Um avanço tímido na área plantada de soja transgênica em Mato Grosso e em Goiás fez com que produtores de sementes tivessem sobras de cultivares geneticamente modificadas. No caso mato-grossense, o volume equivale a cerca de 16% de toda produção de sementes para a safra 2007/08, disse Elton Hamer, presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), que preferiu não divulgar números absolutos. Em Goiás, esse percentual fica entre 12% e 15%, de acordo com estimativa do presidente da Associação Goiana de Sementes (Agrosem), Aldino Rosso.

"Se criou uma grande expectativa sobre crescimento de área transgênica de soja, que não se concretizou", avalia Hamer. A estimativa era de que 45% da área de 5,6 milhões de hectares de soja fossem cultivados com grão geneticamente modificado em Mato Grosso, percentual que deve fechar o plantio entre 35% e 38%, praticamente o mesmo da safra passada (35%).

Já em Goiás, segundo Rosso, a área de soja transgênica se repetiu nesta safra, na comparação com o período anterior. "As sementes geneticamente modificadas estão em 45% da área de soja de Goiás, quando o setor produtor de sementes esperava que houvesse avanço para 55% do total", diz Rosso.

O que ocorre, segundo Daniel Sebben, da consultoria AgRural, é que os prêmios para soja convencional em Mato Grosso estão sendo fortalecidos, principalmente nas regiões Parecis e Médio Norte do Estado. Juntas, essas localidades somam área plantada de soja 3,7 milhões de hectares, o equivalente a 67% da área do estado. Neste ano, por exemplo, no mês de abril (época de safra), a saca de soja convencional no Médio Norte valia R$ 22,57, o que representava prêmio de R$ 1,50 por saca em relação ao grão transgênico. Em Sapezal (região do Parecis) tal prêmio chegava a R$ 1,70.

"No caso do Parecis, o prêmio se deve ao destino do grão, que geralmente é o mercado europeu, que tem restrições quanto ao consumo de transgênicos. No Médio Norte, desde a safra passada, há esmagadoras que começaram a segregar o produto convencional, criando um nicho que não havia".

No Paraná praticamente não houve aumento de área plantada de transgênicos, cenário já vislumbrado pelas sementeiras que produziram na medida, segundo Ywao Miyamoto, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Sementes (Abrasem). "Com medo do Requião, o pessoal aqui foi mais devagar", explica.

Segundo Flávio Turra, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), a área cultivada com transgênicos no estado deve ir de 47% para 48%, praticamente estável. "Não houve sobra nem de sementes transgênicas e nem de convencional", completa Turra.





Fonte: Gazeta Mercantil

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