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Internacional
Sábado - 24 de Novembro de 2007 às 18:38

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Sucre (Bolívia), 24 nov (EFE) - A maioria governista da Assembléia Constituinte boliviana se reuniu hoje pelo segundo dia em um colégio militar de Sucre, sem a oposição e em meio a distúrbios, na tentativa de aprovar ainda este fim de semana, em primeiro debate, o projeto de nova Carta Magna do presidente Evo Morales.

Dos 255 constituintes escolhidos em 2006, 147 continuaram neste sábado as deliberações que recomeçaram na sexta-feira, após mais de três meses sem atividade.

Roberto Aguilar, vice-presidente da Assembléia e militante do partido de Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), confirmou que hoje estão sendo analisados os relatórios apresentados pelas comissões do fórum que estudaram os diferentes capítulos da nova Constituição.

O Governo pretende aprovar entre hoje e amanhã "a maior parte" do projeto constitucional, enquanto a oposição estuda como responde ao golpe dos partidários de Morales.

Já o constituinte José Antonio Aruquipa, da principal aliança opositora, Poder Democrático e Social (Podemos, direita), disse à Agência Efe que a legenda está "avaliando o gravíssimo atentado contra a legitimidade da Assembléia".

A Assembléia tem apenas três semanas para entregar a nova Carta Magna, já que nos últimos 15 meses não aprovou uma linha sequer do texto.

Sede dos trabalhos da Constituinte, a cidade de Sucre amanheceu hoje aparentemente calma, após quase 24 horas de choques entre policiais e universitários que deixaram mais de 50 feridos.

A tranqüilidade foi quebrada na manhã por pequenas manifestações de jovens armados com paus, enquanto comerciantes fechavam as portas de suas lojas com medo de saques. Os líderes de Sucre pedem que o Governo e o Parlamento, que estão em La Paz desde 1899, retornem à cidade.

Os dirigentes e a oposição qualificaram a reunião da maioria governista de ilegal, por ocorrer em um quartel militar, por violar o regulamento do fórum e pela agenda prevista, que não incluiu a reivindicação da capital.

Os governadores e dirigentes cívicos das províncias de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, todos opositores a Morales, se reuniram nas últimas horas a portas fechadas para avaliar a conflituosa situação que vive a Bolívia.

Em Santa Cruz de La Sierra, a cidade mais rica do país e reduto da oposição, cerca de 200 pessoas cercaram na sexta-feira um escritório da companhia petrolífera estatal YPFB, em protesto pela escassez de gasóleo, enquanto outro grupo obstruiu o acesso a um prédio estatal.

Líderes da província convocaram para terça-feira uma manifestação em apoio a Sucre e contra a manobra governista na Constituinte.




Fonte: EFE

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