Cresce a produção de mudas de eucalipto em Mato Grosso
Estimulados pela procura de árvores para o reflorestamento, produtores estão apostando na produção de mudas de eucalipto. Da árvore, que se adapta a qualquer tipo de solo, é possível aproveitar desde as folhas até a casca do tronco. Das folhas são extraídos os óleos para produto de limpeza, cosméticos, alimentos e até remédios. Da casca sai o tanino, usado no curtimento do couro. A fibra é a principal matéria-prima, usada na fabricação de papel e celulose. Por enquanto, em Mato Grosso a parte utilizada é a madeira.
A atividade ainda é nova em Mato Grosso. O proprietário do viveiro, Clair Bariviera, veio de Santa Catarina e percebeu o potencial em Tangará para investir no negócio. "A tendência é muito boa. O Brasil, principalmente Mato Grosso, tem um clima e solo muito bons para o eucalipto. A maioria dessa madeira seria para serraria, indústria moveleira", disse Bariviera. "Não estamos vendo, mas estamos com os dias contados para o consumo de madeira nativa", completou o proprietário do viveiro, que tem capacidade para produzir 18 milhões de mudas por ano.
De um único eucalipto podem ser produzidas milhões de mudas, resultado da seleção genética. Mas para a planta se desenvolver é preciso muito cuidado. Em um viveiro de Tangará da Serra há mais de 100 funcionários envolvidos em todo o processo. A funcionária Eleni Silva começa a coletar os brotos a partir dos seis meses. "Ela tem que estar no ponto, nem muito grande, nem muito pequena", ensina.
Os brotos são colocados em pequenos tubos com um substrato rico em nutrientes. A irrigação é programada e, a cada três minutos, a água jorra por 40 segundos. Como a planta ainda não tem raiz, todos os nutrientes são absorvidos pela folha. Até atingir o tamanho ideal para a venda, o processo leva em média 90 dias. A atividade exige alto investimento em infra-estrutura e na contratação de funcionários. A aposta de retorno está no mercado em crescimento. Em média, cada muda é vendida por R$ 0,45 e os contratos são fechados com produtores rurais e empresas, como as que produzem papel.
O engenheiro agrônomo Diones da Silva oferece assistência técnica a propriedades que desenvolvem projetos de reflorestamento de eucalipto. "O que tem que ser feito é realizar o combate de formigas antes, durante e depois do plantio. Também no plantio, fazer uma adubação de base com micronutrientes. É uma planta que cresce rápido e precisa de muitos nutrientes", explica o engenheiro agrônomo.
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