Ações contra bancos já são maioria nas varas de Feitos Gerais
As ações que tramitam nas comarcas de Cuiabá, Rondonópolis e Várzea Grande, cujos réus são instituições financeiras, representam nada menos que 54% do total de processos, segundo levantamento feito pela Corregedoria-Geral da Justiça. O percentual é considerado alto e levou o corregedor-geral, desembargador Orlando de Almeida Perri, a determinar a realização de estudos para viabilizar a transformação de varas de Feitos Gerais em varas especializadas de Direito Bancário, inicialmente nas comarcas de Entrância Especial.
A especialização é uma tendência que tem o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que orienta pela especialização de varas como medida adequada para incremento na qualidade e na celeridade da prestação jurisdicional. Atualmente, as ações nas quais bancos figuram no pólo passivo tramitam nas Varas de Feitos Gerais, juntamente com outras demandas, cujo teor referem-se a conflitos os mais variados. O grande volume de demandas contra bancos refere-se, na maioria, a inclusões indevidas de nomes de correntistas em cadastros de proteção ao crédito; ações de busca e apreensão de bens, como veículos e imóveis; débitos indevidos; descumprimento de cláusulas contratuais; juros abusivos; clonagem de cartões; e ainda indenizatórias por danos morais.
Mais recentemente, tem chegado à justiça estadual pleitos relacionados à lei da fila. Para se ter uma idéia do volume e extensão dessas demandas, em setembro último, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ratificou decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que não acolheu recurso do Banco do Brasil, questionando a constitucionalidade da referida lei, em ação inicial contra a prefeitura de Sorriso.
Dos levantamentos já concluídos pela Corregedoria-Geral da Justiça acerca dos processos nos quais instituições financeiras aparecem como réus, os números nas três comarcas de entrância especial são os seguintes: nas varas cíveis da Comarca de Cuiabá, de um total de 37.995 processos que deram entrada até 31 de agosto de 2007, 17.653 eram contra instituições financeiras, somando 46,46%.
Na comarca de Várzea Grande, o percentual não é muito diferente. Nas varas cíveis, os processos que têm bancos como demandados somam quase metade, ou seja, 42,86%. O que corresponde a dizer que, de um total de 9.710, exatos 4.162 têm instituições bancárias no pólo passivo. Já na comarca de Rondonópolis, esse percentual é de 22,53%.
A transformação de varas de Feitos Gerais em varas especializadas de Direito Bancário, como estuda a Corregedoria-Geral da Justiça, vai possibilitar que o Poder Judiciário oferte atendimento mais ágil, proporcionando respostas mais céleres aos conflitos levados à justiça.
Comentários