PF apreende 19 carros de quadrilha de Beira-mar
A Polícia Federal divulgou nesta sexta-feira (23) que 19 carros da quadrilha do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-mar, foram apreendidos na operação Fênix.
A ação policial desbaratou a quadrilha comandada pelo traficante de dentro do presídio de segurança máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
Também foram apreendidos R$ 27 mil, US$ 135 mil, 470 itens de informática (computadores e monitores), duas armas, dois cofres, televisores de plasma, telefones e material fotográfico.
Uma quantia do dinheiro foi apreendida com a mulher de Fernandinho Beira-Mar, presa na quinta-feira (22). Ela passou a ser a segunda pessoa mais importante no esquema de distribuição de drogas articulado pelo narcotraficante com uma quadrilha de tráfico internacional, segundo investigações da Polícia Federal.
De acordo com a PF, depois do desaparecimento do advogado João José de Vasconcelos Kolling, que teria sido assassinado a mando de Beira-Mar, Jaqueline Alcântara de Morais começou a controlar e supervisionar os negócios de remessas de drogas. Sumido há seis meses, Kolling ocupava posição de destaque na rede.
Comunicação sem usar celular
O delegado da Coordenação Especial de Fronteiras Sul, Wagner Mesquita Oliveira, explicou que para manter o esquema, mesmo preso no presídio federal de Campo Grande, Beira-Mar usava parentes, amigos e advogados como contatos e portadores de suas ordens e negociações com os distribuidores.
“Não detectamos comunicação via telefone celular. Mas ele se comunicava com essas pessoas. Por isso, chegamos a prender um advogado por envolvimento nessa organização”, disse o delegado.
Durante a investigação sobre a quadrilha que durou quase dois anos, segundo a PF foram apreendidos quatro toneladas de maconha, 750 quilos de cocaína, quatro mil munições e um avião. Ainda de acordo com a PF, 30 pessoas suspeitas de envolvimento com o caso já haviam sido presas.
Esquema
O esquema de distribuição partia de quatro países (Venezuela, Bolívia, Colômbia e Paraguai) e a principal entrada era por Foz de Iguaçu. De lá, a droga seguia para o Rio de Janeiro e São Paulo, principalmente pelas rodovias. A quadrilha usava a favela Parque Beira-Mar, na Baixada Fluminense, como uma espécie de entreposto.
No local, eram mantidas pelo menos duas lan houses, onde foram apreendidos computadores e documentos, e um lava-jato. Esses estabelecimentos seriam usados também para lavagem de dinheiro.
Na operação da PF desta quinta-feira (22), com a participação de 300 homens, foram cumpridos 11 mandados de prisão e 34 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
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