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Nacional
Quinta - 22 de Novembro de 2007 às 20:00

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BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, classificou o ex-ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, de "co-autor" do esquema que, segundo sua denúncia, alimentou com dinheiro público a campanha eleitoral do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais em 1998. "O ministro é co-autor porque participou dos atos que engendraram esse esquema de desvio de recursos", declarou o procurador. "A imputação ao ministro é de ter participado em co-autoria dos atos que direcionaram o desvio de dinheiro."

O procurador-geral também afirmou que não se sente constrangido por ter involuntariamente obrigado Mares Guia a deixar o cargo. "Não é problema meu. Faço a denúncia sobre fatos que ocorreram no passado, é dever meu, e as conseqüências são as da lei, no interesse de cada um", observou.

Sempre comedido, o procurador evitou considerações políticas, mas deixou clara sua convicção sobre o esquema. "Desde que ingressei no MP, minha conduta é de só formular acusações das quais estou convencido. Agora, esse convencimento precisa ser objeto análise pelo Judiciário que é o órgão competente dentro do estado de direito para confirmar ou não o acerto dessa acusação", declarou, acrescentando que a Justiça tem todos os elementos para acolher a denúncia.

Comparação

Com alguma relutância, Souza fez algumas comparações entre o esquema do mensalão montado por Marcos Valério com o PT, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o que teria beneficiado: "O procedimento do desvio e passo-a-passo do dinheiro é o mesmo. Mas os fatos não são exatamente iguais, os objetivos são diferentes. É só fazer uma leitura (das denúncias)."

O procurador-geral ressaltou que há, ainda, uma diferença fundamental entre os dois esquemas. No caso do financiamento eleitoral de Minas, há evidências de desvio de recursos públicos exclusivamente. Já no esquema montado por Valério com os petistas, além de recursos públicos, haveria ainda trânsito de dinheiro de origem privada. Mas nos dois casos, são "claros" os indícios de uso do dinheiro público.

Antônio Fernando se recusou a comentar qualquer comparação insinuasse tratamento diferenciado entre o presidente Lula, que ele não incluiu na denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do esquema petista, e de Azeredo, incluído na acusação sobre o esquema mineiro. "Não vou fazer comparações entre fatos que não são exatamente iguais", reiterando que nunca usa o termo "mensalão".




Fonte: AE

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