Leilão do BC puxa alta do dólar, que fecha a R$ 1,78
A moeda norte-americana subiu 0,11 por cento, para 1,780 real. Apesar de pequena, a variação foi suficiente para garantir que o dólar fechasse no maior nível desde 25 de outubro de 2000.
Após vários dias de volatilidade provocada por tensões no exterior, o mercado de câmbio pôde operar com mais calma devido ao Dia de Ação de Graças, que parou os negócios nos EUA.
"Isso deixou praticamente só o mercado local e as operações que tinham que ser contratadas ou liquidadas hoje aqui, cujos valores já estavam em conta", disse Vanderlei Arruda, gerente de câmbio da corretora Souza Barros.
Com o volume abaixo da média, o dólar seguiu o fluxo cambial positivo e passou a maior parte do dia em baixa, devolvendo parte das seguidas altas da última semana.
Mas, em meio à menor liquidez, o leilão de compra de dólares do BC ajudou a impulsionar a cotação, disse Marcos Forgione, analista da Hencorp Commcor Corretora. Na operação, o BC definiu taxa de corte a 1,7767 real e aceitou, segundo operadores, ao menos três propostas.
Além disso, o mercado continuou ressabiado com a volatilidade externa. Isso enfraqueceu a pressão pela queda da moeda norte-americana.
"Alguns fantasmas estão no armário... e o pessoal não tem uma real dimensão dos estragos que foram feitos" no setor financeiro, comentou Forgione.
Na véspera, por exemplo, a forte tensão nos mercados globais aumentou a aversão ao risco dos estrangeiros, que realizaram pesadas compras de dólares no mercado futuro.
De acordo com dados da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), os estrangeiros reduziram a posição vendida em dólares --contando os mercados de dólar futuro e de cupom cambial-- em 1,5 bilhão de dólares. Com isso, aumentaram a proteção ante uma eventual alta da moeda norte-americana.
(Edição de Daniela Machado)
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