Para GNV ficar desvantajoso, preço precisa dobrar
O gás natural ficará até 25% mais caro nos próximos dois anos. Alguns especialistas preferem não apostar em quanto essa proporção na tarifa geral influenciará o preço do combustível utilizado em carros. Contudo, para que o GNV seja desvantajoso em relação à gasolina, é preciso que seu preço dobre. Em relação ao álcool, a alta teria de ser na casa dos 75%.
O metro cúbico do combustível é vendido na média dos postos do País por R$ 1,351, conforme coleta de informações da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Os litros da gasolina e do álcool saem por, respectivamente, R$ 2,484 e R$ 1,374.
Quilômetro rodado
Também em média, um carro roda 12 quilômetros com um metro cúbico de GNV. O motor rende dez quilômetros, no caso da gasolina, e sete, quando é utilizado o derivado de cana-de-açúcar. Dessa maneira, considerando os preços empregados, o custo do quilômetro rodado fica da maneira disposta a seguir:
A polêmica
O assunto veio à tona depois da Petrobras reduzir em 17% o volume do produto fornecido a três grandes distribuidoras do Rio de Janeiro e São Paulo. O motivo alegado é que as termelétricas necessitavam de uma dose extra de gás para garantir sua produção.
A Justiça fluminense concedeu liminar às distribuidoras CEG e CEG-Rio, garantindo o abastecimento normal. Em São Paulo, a Comgás conseguiu adequar o fornecimento a seus clientes, modificando o combustível vendido a grandes consumidores.
Usos do combustível
O gás natural é um combustível utilizado tanto em residências, quanto em indústrias e veículos. Mais da metade do que o Brasil utiliza vem da Bolívia e a tendência é que seu consumo aumente na mesma proporção que o crescimento da atividade econômica. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, se houver a necessidade de racionamento, os primeiros atendidos serão as termelétricas. Em segundo lugar, vêm as indústrias e, por último, postos de combustível.
Além disso, como forma de conter o uso do gás em autos, o governo desaconselhou motoristas a converterem seus veículos para a tecnologia.
Indústria do GNV
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo, do primeiro trimestre de 2006 ao terceiro trimestre deste ano, aumentou de 1,117 milhão para 1,476 milhão a frota de autos movidos a GNV no País. O Rio de Janeiro é o estado com maior número de carros com a tecnologia, somando 42% na distribuição. São Paulo vem em segundo lugar, com 25%.
Até setembro último, o número de conversões havia sido de pouco mais de 151 mil, queda de quase 25% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando foram quase 200 mil unidades. E esse número deve baixar mais nos próximos meses. O serviço custa, em média, R$ 3 mil.
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