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Educação/Vestibular
Terça - 20 de Novembro de 2007 às 12:13

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A valorização da diversidade racial por meio da inclusão de conteúdos sobre a história e a cultura afro-brasileiras nos currículos escolares ainda não é realidade nas salas de aula, de acordo com pesquisa da organização não-governamental Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdade (Ceert).

Em 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que tornou os conteúdos obrigatórios nas grades curriculares dos ensinos médio e fundamental. “A lei é importante, mas ainda não tem efetividade, não tem implementação, ainda carece de um esforço por parte dos governos para assegurar sua efetiva aplicação”, avalia Hédio Silva, um dos coordenadores do Ceert.

Entre as conclusões, o levantamento mostra que, geralmente, o tema é abordado pelos professores somente em datas comemorativas, como a Abolição da Escravatura e o Dia da Consciência Negra. De acordo com a pesquisa, feita entre 2005 e 2006 com 987 professores do município de São Paulo, 70% dos educadores trabalham a diversidade em datas específicas, 54% desconhecem a lei e as diretrizes curriculares de valorização da diversidade e 38% acreditam que falta formação para abordar os novos conteúdos em sala de aula.

De acordo com o coordenador da ONG, o levantamento também mostrou que os professores reconhecem o papel da escola na valorização da diversidade e estão dispostos a colaborar com a implementação dos novos conteúdos.

“Há uma consciência por parte dos educadores desse papel estratégico da escola. Mas disponibilidade e boa vontade são insuficientes para se obter uma resposta consistente da educação; são necessários investimentos maciços na capacitação de professores, de treinamento, na disponibilização de fontes de pesquisa e de bibliografia e na checagem dos materiais que circulam nas escolas”, lista.

Segundo Silva, os materiais didáticos utilizados nas escolas brasileiras, de modo geral, “ainda têm referências européias, eurocêntricas” e não valorizam a “geografia de identidades culturais” que formam o Brasil. “Não é razoável que um material didático possa veicular uma imagem estereotipada, que induza ao preconceito contra a população negra. É preciso introduzir valores positivos, que associem, compreendam e projetem a diversidade como a riqueza que ela representa para a humanidade”.





Fonte: ABr

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