Paquistão liberta mais de 3.000 opositores a Musharraf

Quase 3.500 pessoas detidas durante o estado de emergência imposto pelo presidente militar do Paquistão, general Pervez Musharraf, foram libertadas, informou o Ministério de Interior. Javed Iqbal Cheema, porta-voz ministerial, disse que 3.416 pessoas foram soltas entre ontem e hoje, inclusive advogados e ativistas políticos. Entretanto, mais de 2.000 pessoas continuam detidas por se oporem ao governo militar de Musharraf.

"Os procedimentos já foram iniciados e mais pessoas serão libertadas hoje", assegurou. Segundo ele, o governo retardará a libertação de pessoas implicadas em crimes comuns.

Apesar disso, ativistas e líderes políticos da ampla envergadura, como o ex-astro de críquete Imran Khan, continuam detidos. Khan iniciou ontem uma greve de fome contra o estado de emergência. Hoje, porém, funcionários paquistaneses asseguraram que ele havia aceitado o almoço.

Musharraf, que hoje viajou para a Arábia Saudita, vem sendo pressionado pelos Estados Unidos a libertar os líderes de oposição, suspender as restrições aos veículos de comunicação e renunciar ao comando das Forças Armadas.

A maior parte das libertações ocorreu ontem, horas depois de juízes designados por Musharraf terem rejeitado as contestações legais à sua reeleição como presidente.