Suspeitos de curandeirismo em Mato Grosso são presos no Paraná
Quatro pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira (19) no Oeste do Paraná por suspeita de curandeirismo, estelionato, formação de quadrilha, atentado ao pudor e posse sexual mediante fraude. O grupo também é acusado de atuar em Mato Grosso.
Abrilino Domingos Fross (56), que seria o chefe da quadrilha foi detido em São Miguel do Iguaçu (PR). Outras três pessoas foram presas em Toledo (PR).
Além de atender pessoas em diversos municípios paranaenses, prometendo soluções para vários problemas, os suspeitos também atendiam mato-grossenses das cidades de Alta Floresta, Sinop, Sorriso Tangará da Serra e outras cidades do Norte do Estado. Grande parte dos clientes eram fazendeiros.
Os suspeitos presos prometiam resolver problemas como baixa produção na plantação, crises financeiras, conjugais, desmanchara trabalhos de magia negra, entre outros. Segundo o delegado Júlio Cezar Reis, da delegacia de Polícia Civil de Toledo (PR), duas testemunhas afirmaram que foram molestadas sexualmente. Um homem teria sido obrigado a manter relações sexuais com a esposa de um dos supostos curandeiros na frente de várias pessoas. Uma adolescente de 13 anos molestada sexualmente, também prestou depoimento e contou tudo para a polícia.
A polícia já monitorava o grupo há pelo menos dois anos. "Foi uma investigação difícil e por isso não concluimos antes. Precisávamos de testemunhas e de provas consistentes para o inquérito. As vítimas sentiam muito constrangimento em falar sobre a situação em que se envolviam e por isso foi muito difícil para a polícia localizá-las e tomar o depoimento", disse Júlio Cezar ao site da TVCA. As quatro pessoas presas serão indiciadas por estelionato, curandeirismo, posse sexuasl mediante fraude e formaçção de qudrilha. Somadas, as penas poderão chegar a 15 anos de prisão.
Consultas de R$ 16 mil
O preço das consultas, que eram realizadas em uma casa em Toledo (PR), variava de acordo com a situação financeira dos clientes. Segundo a polícia, em alguns casos a conta chegava a R$ 16 mil por atendimento. Alguns empresários chegarma a ter prejuízos de R$ 20 mil. Apenas clientes indicados por pessoas que já freqüentavam o local eram atendidos pela quadrilha.
Dentro da casa, havia cartas e fotos de milhares de pessoas pedindo ajuda e cura de diferentes tipos de doença. No local, a polícia apreendeu dinheiro, cartões de crédito, computadores, fichas de clientes, carros importados e até uma motocicleta.
O delegado Júlio Cezar Reis afirmou que a polícia vai verificar os objetos apreendidos e interrogar as possíveis vítimas. Os mato-grossenses, vítimas do grupo, deverão ser ouvidos por carta precatória. A polícia ainda enfrenta dificuldades para localizar e ouvir todas as vítimas. O inquérito deve ser concluído em dez dias.
Na entrevista ao sita da TVCA, Júlio Cezar pediu para as pessoas que foram vítimas do grupo entrarem em contato com a polícia paranaense. O telefone é (45) 3252 1313.
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