MT acumula US$ 4,29 bilhões em exportações
Em outubro de 2007, as exportações mensais foram de US$ 547,02 milhões, 14,7% maiores do que em 2006 e 15% maiores do que em setembro deste ano, superando a marca anterior e sendo agora o maior valor da série mensal desde 2006.
O complexo soja (grãos, farelo, óleo e lecitina) foi responsável por 70% do total exportado, o complexo carne (bovina, suína e frangos) por 16,70%, o milho por 12,73% e a madeira corresponde a 5,20% do total comercializado.
O Estado continua ocupando a 10ª posição no ranking nacional, representando 3,4% das vendas externas do país, respondendo por 58% das exportações da região Centro Oeste, que tiveram crescimento bem maior, em torno de 27%, alavancadas por Goiás e Mato Grosso do Sul, com aumentos de 47% e 36% respectivamente, comparando com o mesmo período do ano passado.
A União Européia e a Ásia são os principais destinos de nossas exportações respondendo por 49% e 28,8% do total, respectivamente. A China, com 16,9% individualmente, é nosso maior cliente, seguida da Holanda com 13,7% e da Espanha com 10,6% mas, tanto a China, como a Holanda, no acumulado de janeiro a outubro deste ano, registram queda de valor, se comparado com o mesmo período do ano passado, por conta da redução do volume exportado de soja grão, no mesmo período.
SOJA
As exportações do complexo soja até outubro deste ano totalizaram US$ 2,62 bilhões registrando queda de 6,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor total exportado de soja em grão foi de US$ 1,74 bilhão contra US$ 2,09 bilhão no ano passado, uma redução de 17% resultante da queda ainda maior de 30,6% no volume físico exportado, mesmo com o aumento de 19,6% no preço externo do produto, no período considerado.
Para o assessor econômico da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso, Carlos Vitor Timo Ribeiro, tal resultado vem se repetindo neste ano e as vendas de soja-grão agora representam 46% do valor das exportações, caindo 17 pontos percentuais em relação ao ano passado, quando respondia por 63% do total exportado.
Os outros produtos – farelo, óleo de soja e lecitina – registraram aumentos expressivos no faturamento de 21,9%, 29,8% e 37,1% respectivamente, por conta do aumento nas cotações internacionais de 17,5% no farelo e de 46,7% no óleo, compensando a redução no volume físico exportado de 11,5% no caso do óleo e aumento de apenas 3,7% no farelo e também a queda no preço da lecitina, que mesmo assim, registrou aumento de 40,7% no volume físico exportado.
“A queda nas exportações de soja grão deve estar relacionada com um aumento do esmagamento para a produção de farelo e de óleo de soja para atender o crescimento da demanda interna, como sugere a queda no volume físico exportado de soja grão, de óleo e também pelo pequeno aumento no farelo”, ressalta Ribeiro.
CARNES
Em outubro as exportações de carnes mato-grossenses registraram crescimento de 28,5% no faturamento, comparado com o mesmo período do ano passado, mantendo a segunda posição na pauta de exportações estaduais.
A carne bovina lidera em valor exportado, atingindo a marca de US$ 492,21 milhões, equivalente a 184 mil toneladas, com aumentos de 15,1% e 13,6% respectivamente.
As vendas externas de carnes de aves registraram aumentos de 86,5% no faturamento por conta do aumento de 67% no volume físico e também aumento de 11,7% no preço, em relação ao ano passado.
A carne suína continua recuperando as perdas anteriores, com um aumento de 309,7% em valor e 317,6% em volume, caindo um pouco em relação ao mês passado. As vendas do produto para a Rússia acumulam US$ 32 milhões em valor praticamente 82% do total comercializado.
Para o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, a indústria frigorífica está passando por um momento de expansão com o anúncio de novos investimentos no Estado. “Com as novas plantas industriais de abate de animais, processamento de carnes, curtumes e biodiesel, o Estado passa agregar cada vez mais valor à sua produção primária, transformando a proteína vegetal, em proteína animal”, avalia Furlan.
“O atual destaque do setor na pauta de exportações estaduais já é o reconhecimento do produto mato-grossense no mercado externo e, sem dúvida, é apenas o prenúncio do que há de vir, nos próximos anos, quando os novos projetos em implantação estiverem em plena operação”, acrescenta Carlos Vitor Timo Ribeiro.
MILHO
O milho continua sendo o grande destaque desse ano, se tornando o terceiro produto mais vendido pelo Estado. Ele registrou até outubro aumento de 1.348% no valor exportado e de 852% em volume, superando 2,72 milhões de toneladas, aproveitando o expressivo aumento de 52% da cotação internacional do produto, no período considerado.
MADEIRA
A madeira, quarto produto de maior destaque na pauta de exportações do Estado, apresentou crescimento de 29,3% no valor total exportado. A madeira cerrada e perfilada/compensada responderam por 96% do total comercializado, apresentando aumento de 49,3% em valor da madeira perfilada/compensada, mesmo registrando queda de 7% em volume físico, dado ao aumento de 37,7% no preço internacional.
OUTROS PRODUTOS
As exportações de algodão, couro e minérios também contribuíram para o bom desempenho do Estado nos dados de exportação do mês de outubro. O algodão registrou crescimento de 35,5%, recuperou-se nas vendas em valor e volume no faturamento e de 25% no quantum físico, aproveitando o aumento de preço de 8% no período.
O couro registrou uma pequena recuperação no valor das vendas mais ainda continua com queda expressiva de 28,8% no volume físico embarcado, apesar do aumento de 42,8% na cotação internacional do produto.
As exportações de ouro e de diamante podem ser consideradas também como destaques, evoluindo muito em relação ao ano passado tanto em faturamento quanto em volume físico, por conta de recentes medidas de certificação adotadas, especialmente no caso do diamante. As vendas de sulfeto de zinco que totalizam US$ 9,73 milhões estão no mesmo nível do mês passado.
IMPORTAÇÕES
As importações de Mato Grosso continuam seguindo em ritmo bem forte com taxa de 71,7% de aumento em relação ao ano passado. Prevalecem os insumos agropecuários que respondem por praticamente 80% do valor das compras externas, complementadas por máquinas e equipamentos, além do gás natural da Bolívia.
Os nossos principais fornecedores externos são a Rússia com 21,7% do valor importado, China com 11%, o Canadá com 10% , seguidos de diversos outros com menores participações, tais como a Argentina, a Alemanha, os Estados Unidos e outros.
Os dados de exportação e importação de Mato Grosso foram divulgados nesta segunda-feira (19-11) pela Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) em parceria com a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso.
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