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Domingo - 18 de Novembro de 2007 às 10:41
Por: Rose Domingues

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Mato Grosso é o único estado no país em que 100% dos municípios respeitam o feriado do Dia da Consciência Negra, lembrado no dia 20, terça-feira. De um total de 256 cidades brasileiras que fazem referência à morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares, 55% - ou 141 - estão em solo mato-grossense. As demais 115 concentram-se basicamente no Rio de Janeiro, Maranhão e São Paulo. O objetivo do movimento negro é conseguir que a data esteja incluída no calendário nacional de feriados até 2009.

Para o presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro do Estado de Mato Grosso, Pedro Reis, que confirma a adesão total dos municípios, as adesões foram construídas ao longo de um caminho árduo de lutas nos últimos 10 anos, mas que está longe de terminar, pois enfrenta grande resistência principalmente do setor empresarial. Mas o que alguns consideram como "prejuízo" é sinônimo de vitória para maioria da população negra do Estado. Segundo estimativa do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2006, chega a 62,6% dos habitantes, ou seja, 1,56 milhões de pessoas.

Reverenciar o herói negro representa mais que a data simbólica da abolição da escravatura, lembrada em 13 de maio. Zumbi comandou diversas lutas de resistência ao regime desumano, que considerava pessoas de pele negra "seres sem alma", como justificativa para o comércio e servidão da população trazida da África. Ele foi preso, morto e esquartejado em 20 de novembro de 1695. A cabeça foi levada a Olinda para ser exposta publicamente. Entre outros objetivos, o de acabar com os boatos que corriam entre os negros escravizados do litoral de que o líder era imortal.

"Falar sobre ele me emociona sempre, porque é como se ele estive aqui entre nós, fortalecendo cada vez mais nossa fé num futuro melhor para o Brasil, para a nossa gente que ainda hoje vive de forma desumana", desabafa Pedro Reis, que também faz parte de uma linhagem quilombola de Chapada dos Guimarães. Ele pontua que mesmo estando em maior número, menos de 2% dos negros estão entre a população de classe média alta. A grande maioria é pobre e vive todo tipo de exclusão nas áreas da educação, saúde e infra-estrutura.

A situação os coloca na linha de frente da violência urbana e tráfico de drogas.





Fonte: Gazeta Digital

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