DF tem pior distribuição de renda do País
Com piora verificada desde 1995, o Distrito Federal (DF) e entorno tinham em 2006 a pior distribuição de renda entre as principais regiões metropolitanas. Ostentando um índice de Gini de 0,612, o conglomerado urbano em torno de Brasília supera em desigualdade as regiões metropolitanas do Recife, com 0,608, e de Salvador, com 0,577, respectivamente a segunda e terceira piores.
O índice de Gini varia de zero a 1 e, quanto mais alto, pior é a distribuição de renda. Esses dados foram organizados pelo economista André Urani, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad) de 2006.
Segundo vários pesquisadores, a principal causa da má distribuição da renda no Distrito Federal e entorno é o contraste entre a elite do funcionalismo público em Brasília e o grande número de pobres e miseráveis nas cidades satélites. A região metropolitana do DF teve o pior desempenho entre os principais conglomerados urbanos do País no período de 1995 a 2006, com aumento do índice de Gini de 0,587 para 0,612, um acréscimo de 4,3%. A única outra região metropolitana em que o Gini ficou maior foi Recife (aumento de 4%).
Em todas as outras regiões, a distribuição de renda melhorou. A região metropolitana do Distrito Federal e entorno é composta pelo Distrito Federal e mais 18 municípios goianos e dois mineiros. A população está por volta de 3,5 milhões. No conjunto das principais regiões metropolitanas (além do DF, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife, Belém, Curitiba e Porto Alegre), o índice de Gini caiu de 0,581, em 1995, para 0,569, em 2006. No Brasil, o recuo foi de 0,601 para 0,564.
O economista Serguei Soares, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em Brasília, nota que não só a capital e seu entorno têm a pior distribuição entre as regiões metropolitanas, mas também a desigualdade no Distrito Federal tem características muito diferentes das do resto do País. Ele explica que a distribuição de renda típica no Brasil deriva de uma quantidade muito grande de pessoas pobres, acima das quais existe uma classe média que vai se reduzindo gradativamente à medida que se sobe na escala da renda. No topo, há um número bem menor de pessoas muito ricas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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