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Internacional
Sábado - 17 de Novembro de 2007 às 17:53

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PRISTINA, Sérvia - O líder das pesquisas de intenção de voto de Kosovo, Hashim Thaci, prometeu independência para a província sérvia neste sábado, 17, no momento em se realizam eleições regionais, criticadas pelos sérvios que se opõem a uma secessão.

O comparecimento às urnas foi baixo entre albaneses, que depositam pouca confiança nos partidos políticos e nas promessas de emprego e crescimento econômico. Até as 14h (11 horas em Brasília), 24% dos 1,5 milhões de eleitores haviam comparecido às urnas.

"Estas eleições não dizem respeito ao status de Kosovo", disse Thaci, ex-guerrilheiro e favorito para o posto de primeiro-ministro, depois de votar. "Vamos declarar a independência imediatamente depois de 10 de dezembro."

Esta é a data em que será divulgado um relatório, feito por mediadores da Rússia, Estados Unidos e Europa, sobre negociações que buscam um meio-termo entre a Sérvia e a maioria albanesa de Kosovo, que representa 90% da população da província. Não existe no momento nenhum sinal de um acordo. Haverá mais duas sessões de negociações. Em Bruxelas e Viena, na semana que vem.

A Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE) informou que o comparecimento às urnas entre os kosovares da minoria sérvia foi muito pequeno, como se previa, depois que líderes sérvios de Belgrado pediram que os eleitores não legitimassem um Parlamento "separatista".

O primeiro-ministro de Kosovo, Agim Ceku, ex-comandante guerrilheiro que não tem partido, deixará o cargo. Thaci, que é líder do Partido Democrático de Kosovo, é o favorito na sucessão, de acordo com pesquisas de opinião.

Independentemente do resultado, os quatro principais partidos se comprometeram unilateralmente a declarar uma república independente. Diplomatas esperam que ocorra em semanas, e não dias, depois do relatório dos mediadores, apesar da retórica de Thaci.

Se vencer, Thaci terá de formar uma coalizão, possivelmente com a Liga Democrática de Kosovo do ícone da independência Ibrahim Rugova. Espera-se que eles formem um novo governo antes da divulgação do relatório dos mediadores.

Kosovo prometeu a países do Ocidente em Washington e Bruxelas que coordenará sua declaração com as potências mundiais, de quem espera reconhecimento imediato.

Em uma advertência aos políticos freqüentemente exaltados de Kosovo, Ceku disse que eles causariam "sérios danos" ao processo histórico de independência caso passassem semanas em bate-bocas, em vez de colocar o novo governo em ação.

Na véspera da votação, uma bomba de gasolina foi atirada na casa de um candidato sérvio ao Parlamento de Kosovo. Ele havia desafiado o boicote defendido por Belgrado. A polícia informou que ninguém ficou ferido.

"Quem votar é um traidor", disse o sérvio Misko Mitrovic, do reduto sérvio de Mitrovica. "Quem votar abandonou seu povo."

A Rússia, um aliado da Sérvia, vetou uma proposta ocidental junto ao Conselho de Segurança da ONU de independência supervisionada pela União Européia. Mas os planos de uma missão da UE em Kosovo serão realizados.

O mediador da UE, Wolfgang Ischinger, não tem esperanças de um acordo quanto ao status de Kosovo. Em negociações na terça-feira que vem em Bruxelas, ele deverá propor que os sérvios e albaneses assinem um acordo que ignora a questão. Mas mesmo essa proposta foi rejeitada pela Sérvia.

Grupos guerrilheiros de Kosovo pegaram em armas em 1998 para dar fim a uma década da repressão do regime de Slobodan Milosevic, cuja reação brutal deixou quase 1 milhão de civis como refugiados, causando uma intervenção da Otan em 1999 e uma era de controle pela ONU.

Esta será a terceira eleição para o Parlamento kosovar desde então. A campanha foi dominada por promessas dos partidos de combater o desemprego de 60%, aumentar os investimentos estrangeiros e atacar o problema da corrupção. A promessa de um Estado independente não estava em questão.




Fonte: Reuters

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