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Nacional
Sábado - 17 de Novembro de 2007 às 12:47

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Duas professoras que trabalhavam em uma escola rural municipal de Campo Grande afirmam que foram punidas pela prefeitura depois de terem assumido o relacionamento homossexual. A administração da capital de Mato Grosso do Sul diz que não houve preconceito. O caso foi parar na Justiça.

Segundo conta o advogado das professoras, José Trad, uma colega revelou o relacionamento à direção da escola. Ele afirma que uma professora teve seu contrato anulado e a outra, por ser funcionária concursada, foi colocada à disposição da Secretaria de Educação e, depois, se aposentou.

Cada uma das professoras pede à Justiça uma indenização de R$ 250 mil por danos morais. Uma das ações já foi ajuizada e a outra deve ter início na próxima semana.

Discussão

O afastamento das funcionárias da escola foi anunciado em uma reunião com a direção da unidade de ensino em abril deste ano, de acordo com o advogado. A escola teria alegado que tomou essa medida para evitar que a notícia chegasse ao conhecimento da comunidade rural onde está localizada a instituição.

Procurado pelo G1, o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, afirmou que ficou sabendo do relacionamento por meio de uma queixa formal feita pela direção da escola, por um professor e por um representante da Associação de Pais e Mestres. Ele contou que, depois da reclamação, o contrato de uma das professoras acabou e não foi renovado. “A outra funcionária poderia trabalhar em qualquer escola da rede estadual de ensino, mas não fez isso”, argumentou. “Não tinha mais clima para ela continuar na mesma unidade.”

Trad Filho disse ainda que, durante cerca de quatro meses, uma sindicância promovida pela prefeitura deu direito de defesa para ambas as partes, mas constatou que o relacionamento acontecia dentro do ambiente escolar. “Esse foi o problema. Nós não discriminamos nenhum tipo de preferência sexual, mas dentro do ambiente escolar um relacionamento, tanto hetero quanto homossexual, não seria adequado”, afirmou. “Não agimos com preconceito.”

O advogado das professoras, no entanto, afirma que não houve nenhuma sindicância.

Família

O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, e o advogado das professoras, José Trad, são primos. Ao G1, eles afirmaram que o parentesco não vai influenciar o andamento do processo. “Não escolhi o advogado. Foram elas”, disse o prefeito. “A prefeitura é uma pessoa jurídica. Não estou contra o prefeito, mas contra um ato cometido por agentes públicos”, comentou o advogado.





Fonte: G1

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