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Internacional
Sexta - 16 de Novembro de 2007 às 21:05

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Nova York, 16 nov (EFE).- Mais de 70 mulheres, consideradas grandes líderes do panorama internacional, participaram hoje da primeira Cúpula Internacional de Mulheres Líderes para a Segurança Mundial, para que esta seja menos uma "questão de Estado" e mais "de caráter humano".

"As mulheres vêem muito freqüentemente a necessidade de se estabelecer uma inter-relação entre áreas como pobreza, insegurança econômica, terrorismo e mudança climática (como partes da idéia de segurança)", disse hoje a vice-presidente da Comissão Européia, a sueca Margot Wallström.

"Nossa ambição é mostrar essa inter-relação e buscar medidas para combatê-las", acrescentou.

Mulheres de mais de 30 países participam da Cúpula até amanhã. A Fundação Annenberg, o Projeto Casa Branca, o Conselho das Mulheres Líderes Mundiais e o Fórum Intercultural de Mulheres Líderes organizam o encontro.

Mary Robinson, ex-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos e ex-presidente da Irlanda, e Kim Campbell, ex-primeira-ministra do Canadá, são as anfitriãs do evento.

"Se forem estudadas apenas as coisas que podem ser solucionadas com bombas, perderemos a oportunidade de prevenir os conflitos e as tensões", defendeu Kim Campbell.

"Queremos potencializar um novo tipo de liderança entre as mulheres líderes em matéria de segurança, o maior desafio para as pessoas da rua, e vincular a questão da segurança de Estado com a segurança humana", disse hoje Mary Robinson.

Ela lamentou que as estratégias sejam tão divididas em política.

"Temos que fazer um maior uso de nossa voz, para estabelecer vínculos com as mulheres na base, que não estão sendo ouvidas", acrescentou.

Betty Bigombe, ex-mediadora de paz no conflito do norte da Uganda, defendeu a participação das mulheres da região de Darfur (Sudão) na mesa de negociação. "(Agora) os que combatem são os que negociam, mas se elas entrarem, as crianças, as menos privilegiadas, também se sentarão para negociar".

A cúpula trabalha por "mudanças estruturais necessárias para dar voz às mulheres nos processos de tomada de decisão em matéria de segurança e avançar no que poderíamos chamar de segurança inteligente", afirmou Margot Wallström.

A política sueca disse que deseja que todas as participantes se comprometam pessoalmente em fazer todo o possível "para enfrentar esses problemas que afetam todas as áreas importantes: mudança climática, segurança pessoal, terrorismo e pobreza".

A presidente da entidade de esquimós Conferência Circumpolar Inuit, a canadense Sheila Watt-Cloutier, afirmou que Ártico é ameaçado pela mudança climática, que pode afetar os meios de vida e desenvolvimento de uma sociedade. Ela defendeu a conscientização e o pensamento coletivo.

"Todos somos um neste planeta", afirmou.

A primeira-ministra das Antilhas Neerlandesas, Emily Saidy de Jongh-Elhage, disse que as mulheres líderes são "gente de ação". Elas estão decididas a tomar medidas "para aumentar a segurança do ser humano", acrescentou.

"Agora mais que nunca, devemos entender o conceito de segurança num sentido global e refletir sobre que tipo de mundo queremos participar. Muitas das participantes têm grandes idéias a respeito", disse a primeira-ministra.

Para a ex-primeira ministra do canadense, participar das discussões "é muito inspirador e refrescante, intelectual e espiritualmente, porque é uma contribuição de idéias novas e inovadoras que alguém depois pode aplicar em seu trabalho diário".

Nesse encontro, as líderes tentam encontrar "soluções engenhosas e alternativas ao desafio que significa a segurança em seu conceito mais amplo", para depois aplicá-las e tentar expandi-las, segundo Sarah Sewall, especialista em direitos humanos de Harvard.

"É a experiência mais enriquecedora à qual pode se submeter uma nação", afirmou, ao ser indagada sobre qual é a diferença que marca um país governado por uma mulher.

"Encorajaria qualquer uma delas a dar oportunidade tanto a homens quanto a mulheres para liderar", acrescentou.




Fonte: EFE

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