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Internacional
Sexta - 16 de Novembro de 2007 às 19:21

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CARACAS, 16 Nov 2007 (AFP) - O presidente da Venezuela Hugo Chávez inicia nesta sexta-feira uma viagem que o levará a Riad para a reunião da OPEP, a Teerã e a Paris, onde apresentará os resultados da mediação que fez no caso dos reféns das FARC na Colômbia.

A poucos dias de sua viagem a Riad, prevista para 17 de novembro, Chávez expressou o desejo de que a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) vá "além do âmbito puramente energético" e estabeleça "metas políticas e geopolíticas".

No comando do sexto maior exportador de petróleo do mundo e único membro latino-americano da OPEP, Chávez propôs uma aliança para aplicar "parte dos recursos do petróleo a programas reforçados de alfabetização, de saúde, de alojamento e de luta contra a miséria".

O presidente venezuelano também disse que vai sugerir na reunião da OPEP "uma fórmula de proteção para os países mais pobres do mundo" para que "um barril de petróleo a 100 dólares não se transforme numa bomba capaz de destruir as economias dos países menos desenvolvidos".

Chávez considerou que o preço do barril deveria "se estabilizar" entre 80 e 100 dólares e garantiu que o aumento atual não corresponde ao desejo dos países produtores, afirmando que "não é culpa da OPEP".

A Venezuela produz cerca de 3 milhões de barris por dia, sendo que 1,5 milhão são exportados para os Estados Unidos.

Na cúpula de Riad, Chávez vai se encontrar com o colega iraniano, Mahmud Ahmadinejad. O venezuelano é um dos raros dirigentes que apóia abertamente o programa nuclear de Teerã, acusado pelos Estados Unidos e vários países ocidentais de querer se dotar da arma atômica.

Depois da reunião da OPEP, Chávez se encontrará novamente com Ahmadinejad, desta vez em Teerã, onde deve chegar em 19 de novembro. Numa entrevista concedida ao canal de informações France 24 e divulgada na quinta-feira, o presidente da Venezuela exigiu "respeito para o Irã".

"Estamos com o Irã, e não acredito que Teerã esteja desenvolvendo uma arma atômica. Estou seguro de que o programa nuclear do Irã tem fins exclusivamente pacíficos", declarou Chávez a France 24.

O presidente venezuelano destacou que seu país também ia "começar a desenvolver sua energia nuclear com fins pacíficos, como já fazem Brasil e Argentina".

Depois do Irã, Chávez deve seguir para Paris, onde sua chegada está prevista para o dia 20 de novembro. O dirigente venezuelano vai apresentar na França os resultados de sua mediação para ajudar à realização de troca de 500 prisioneiros, membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), contra 45 reféns em poder da guerrilha, entre os quais três americanos e a franco-colombiana Ingrid Betancourt.

Chávez será recebido pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e espera poder apresentar "uma prova de vida" de Ingrid Betancourt, capturada pelas FARC em fevereiro de 2002.

O presidente venezuelano também deve ir a Lisboa em 20 de novembro para se reunir com o primeiro-ministro José Socrates, segundo a agência Lusa, que não especificou se Chávez viajará a Portugal antes ou depois de sua passagem por Paris.

Quando voltar a Caracas, Chávez se dedicará inteiramente a outra campanha, a do "sim" a sua controvertida reforma constitucional de inspiração socialista, que deve ser submetida a um referendo popular no dia 2 de dezembro.




Fonte: AFP

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