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Economia
Sexta - 16 de Novembro de 2007 às 17:57

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O petróleo deve continuar sendo a maior fonte de energia do planeta durante décadas porque alimenta principalmente os setores de química e transportes, em forte crescimento, e para os quais os substitutos existentes ainda são raros e caros.

A demanda de petróleo deve aumentar 37% até 2030, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

Mas, desde os choques do petróleo dos anos 70, a produção de eletricidade e energia industrial desviou-se quase totalmente do petróleo, em detrimento do nuclear, do carvão, do gás natural e das energias renováveis.

Portanto, os transportes, a indústria química e, em menor medida, a calefação são os principais responsáveis pelo aumento do consumo de petróleo. "Setores em que a substituição não é fácil", comentou Lawrence Eagles, analista da AIE.

Com relação ao aquecedor (calefação), o gás natural é um possível substituto, já o carvão, uma alternativa menos viável. A demanda de gás deve, portanto, aumentar bastante: a AIE prevê um aumento de 2,1% por ano até 2030 contra apenas 1,3% para o petróleo.

Mas o gás é mais difícil de transportar e estocar do que o petróleo, e impõe problemas de dependência energética, sobretudo com relação à Rússia, primeiro exportador mundial.

No setor dos transportes, o petróleo é amplamente dominante, com uma parte do mercado de 94%, contra 1% para os biocombustíveis, e 5% para a eletricidade e o carvão.

Ao mesmo tempo, a busca pelos biocombustíveis está caindo. Produtos à base de beterraba, oleaginosas, cereais ou açúcar, são muito caros e amplamente subvencionados.

A eficácia ambiental destes combustíveis alternativos vem sendo cada vez mais contestada porque sua produção consome muita energia. Sem falar da disparada dos preços dos insumos agrícolas e dos alimentos que estas práticas vêm provocando há meses.

Outra alternativa: as baterias a combustível, mas elas são também muito caras e demandam uma adaptação radical dos veículos.

A longo prazo, o carro elétrico é uma opção, mas precisaria de um forte aumento da produção de eletricidade.

"O petróleo não tem um verdadeiro concorrente no âmbito dos transportes, mas isso não quer dizer que não há alternativa: podemos pegar trem, ônibus e qualquer tipo de transporte coletivo. Podemos também viajar menos", comentou Leo Drollas, diretor adjunto do Centro de Estudos de Energia Global (CGES, Centre for Global Energy Studies).

Na química, outro setor em forte expansão no mundo, também não existe muitos substitutos a médio prazo, reconheceu Daniel Marini, da União das indústrias químicas.

Segundo ele, algumas alternativas (carvão, gás natural, química verde à base de matérias orgânicas) não são ainda bastante econômicas para viabilizar uma verdadeira substituição, mesmo se os países ricos em carbono como a China desenvolverem a carboquimica.

No acordo de Grenelle sobre o meio ambiente, as indústrias químicas se comprometem a aumentar seus abastecimentos em matérias renováveis de 7% para 15% nos próximos dez anos: uma meta "ambiciosa demais" na visão de Drollas.





Fonte: France Presse

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