Desigualdade ainda ameaça AL apesar de queda na pobreza
O estudo afirma que a América Latina ainda apresenta "múltiplas brechas sociais que separam os grupos mais vulneráveis dos que têm melhores condições de vida", o que, segundo o documento, "ameaça a coesão social".
Apesar da ponto negativo, o "Panorama Social da América Latina 2007" mostra que, pela primeira vez desde 1990, o número de pobres na região ficou abaixo de 200 milhões – 194 milhões eram pobres em 2006.
No ano passado, segundo o estudo, 15 milhões de pessoas (equivalente à população do Chile) saíram da pobreza e dez milhões deixaram de ser indigentes na América Latina.
O documento destaca também o progresso em alguns países como o Brasil onde, entre 2001 e 2006, seis milhões de pessoas deixaram de ser indigentes. "Os programas públicos, especialmente o Bolsa Família, tiveram influência decisiva nesse desempenho", diz o documento da Cepal.
Pobreza em queda
A expectativa, segundo o organismo das Nações Unidas, é de que a pobreza e a indigência voltem a cair em 2007, registrando, no fim deste ano, 35,1% de pobres (190 milhões de pessoas) e 12,7% de indigentes (69 milhões de pessoas).
No ano passado, 36,5% da população da região viviam em situação de pobreza (3,3 pontos percentuais a menos que em 2005) e a indigência atingia 13,4% (2 pontos percentuais a menos que no ano anterior).
Com isso, os pobres eram 194 milhões e 71 milhões eram indigentes.
"Se se compara 2006 com 1990, existem 20 milhões de indigentes a menos na região", afirma o documento da Cepal.
Metas
O estudo mostra ainda que Brasil, Chile, Equador e México já atingiram as metas estabelecidas para redução da pobreza, entre 1990 e 2015.
“Cabe concluir que a região como um todo se encontra bem encaminhada no seu compromisso de diminuir a pobreza extrema”, afirma o documento.
O estudo destaca que o “dinamismo do mercado de trabalho” contribuiu para o melhor resultado no Brasil e em outros países da região, como Chile.
O estudo da Cepal destaca ainda que a presença das crianças, do ensino primário, nas escolas “é quase universal” (97%) na região.
Também aumentou, nos últimos anos, a freqüência escolar entre jovens. “A maior presença na escola beneficiou, principalmente, os filhos dos pais com pouco estudo”, destaca.
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