Maioria em SP é contra 3º mandato, aponta pesquisa
Com base nos critérios de classificação socioeconômica da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado (Abipeme), o levantamento mostrou que a maior parte dos homens (57,5%) e das mulheres (62,2%) mostram-se contra o terceiro mandato. Também entre as diferente classes sociais a proposta é rejeitada, embora a desaprovação seja maior entre as classes A e B - 80% e 65% - do que a registrada entre as classes C e D - 56% e 50%.
Já entre diferentes níveis de escolaridade, a discrepância é maior. A maioria dos analfabetos (73%) e pessoas com até o Ensino Fundamental incompleto ou completo são favoráveis à reeleição para o terceiro mandato - 44% e 37%, respectivamente. Os paulistanos com Ensino Médio completo, Ensino Superior e com Pós-Graduação, Mestrado ou Doutorado rejeitam a proposta - 61%, 77% e 83%, respectivamente.
Entre as regiões de São Paulo, a objeção à idéia é maioria, mas há discrepâncias. Na zona oeste, 70,4% dos moradores disseram ser contrários à proposta. Na zona norte, o porcentual foi de 65,7% dos entrevistados. No Centro, foram 61,9%; na zona sul, 58,2%; e na zona leste, 55,8%.
CPMF
A Toledo & Associados perguntou também a opinião dos entrevistados com relação à prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A maioria (85%) mostrou-se contrária à idéia, 11% disseram ser a favor da prorrogação do tributo, 3% manifestaram indiferença e 1,5% não souberam ou quiseram responder.
A maioria dos homens (82%) e mulheres (87%) é contra a prorrogação do tributo. Entre as classes sociais, as opiniões também convergiram - 85,7% na Classe A, 88,2% na Classe B, 83,7% na Classe C e 78,4% na Classe D. A maioria dos analfabetos (67%) e entrevistados com Ensino Fundamental incompleto (76%), Ensino Fundamental completo (85%), Ensino Médio completo (85%), Superior (89%) e a totalidade dos paulistanos com Pós-Graduação, Mestrado ou Doutorado são contra a prorrogação CPMF.
Surpresa
Para Francisco Toledo, sócio da Toledo & Associados, os resultados sobre o terceiro mandato foram surpreendentes. "Fiquei surpreso pelo fato de termos 36% da população concordando com o terceiro turno. É um índice alto, ainda mais se compararmos com a opinião sobre a prorrogação da CPMF, em que 85% da população é contra", disse.
As divergências encontradas por nível de escolaridade e classe social já eram esperadas. "São os extremos da população. Os mais pobres foram beneficiados por programas como o Bolsa Família e acreditam que isso continuará se o presidente Lula seguir na Presidência da República. Mas os de mais alta escolaridade são totalmente contra o terceiro mandato", acrescentou.
A pesquisa, intitulada "As Coisas do Estado e o Estado das Coisas", foi realizada entre os dias 10 e 13 de novembro, por iniciativa da própria Toledo & Associados. Os 1.004 paulistanos entrevistados foram distribuídos de forma proporcional por sexo, idade, classe social e nível de escolaridade - segundo os parâmetros da Abipeme. Também foi respeitada a proporcionalidade entre os eleitores das regiões da cidade. A margem de erro é de 3,1 pontos porcentuais.
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