Mais de 40% não consideram a Aids fatal, diz pesquisa
A pesquisa realizada pelo MAC Aids Fund, o braço filantrópico da empresa de cosméticos MAC, pertencente ao grupo Estée Lauder, ouviu cerca de 500 pessoas nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, na França, na Rússia, na China, na Índia, na África do Sul, no México e no Brasil.
Segundo os pesquisadores, muitos dos entrevistados acreditam que a Aids tem cura. Esse percentual chegou a 59% na Índia.
O levantamento também revelou que cerca de metade das pessoas acredita que a maioria dos portadores do vírus HIV (causador da Aids) recebem tratamento - quando, na verdade, no ano passado apenas uma em cada cinco pessoas que necessitava de tratamento teve acesso.
Nos nove países pesquisados, a maioria dos entrevistados disse não se sentir à vontade em interagir com portadores do HIV.
Apesar do preconceito, a maioria das pessoas acredita que todos os segmentos da população correm risco de contrair o HIV e três em cada cinco entrevistados reconheceram que pessoas "responsáveis" também estão sujeitas a contrair o vírus.
Segundo a pesquisa, 85% das pessoas acreditam que o estigma e a vergonha são fatores que contribuem para a propagação do vírus HIV, e 76% disseram que a falta de acesso a tratamento também é um problema.
A pesquisa revelou que 73% das pessoas acreditam que um dos problemas que contribuem para a disseminação do HIV é a dificuldade das mulheres em discutir sexo seguro com seus parceiros, apesar de estar provado que o uso de preservativos é eficiente na prevenção da doença.
Os entrevistados no Brasil consideraram essa dificuldade das mulheres o mais importante de todos problemas que contribuem para a disseminação do vírus.
"Hoje, mais de 25 anos depois do surgimento da doença, é chocante perceber que (...) muitas pessoas ainda não se deram conta da realidade inegável de que o HIV/Aids permanece uma das principais causas de morte globais", disse Nancy Mahon, diretora-executiva do MAC Aids Fund. "Estigmas sociais que nos afligiam naquela época continuam a limitar o progresso (na luta contra a doença)."
No entanto, segundo Mahon, os resultados dessa nova pesquisa podem ajudar a melhorar as políticas de combate, prevenção e tratamento da Aids.
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